Após as trocas de farpas entre o Executivo e o Legislativo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu o ministro da Economia, Paulo Guedes, para um almoço, nesta quinta-feira (28/3). Com o objetivo de retomar o diálogo para fazer com que avance a reforma da Previdência, pauta que os dois defendem com convicção, eles decidiram levantar a bandeira branca e esquecer os tiros trocados.
[SAIBAMAIS]
"Não tem farpas. Eu disse que ontem estava na hora de parar. Não vamos olhar para trás, não interessa ficar aqui na disputa de quem começou e de quem errou. Eu tenho certeza que o importante é a que a gente continue trabalhando", disse Maia, após o encontro na Residência Oficial da Presidência da Câmara, em Brasília. Ele afirmou ter certeza de que, a partir da semana que vem, com a presença do ministro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), "retomamos com força o debate da reforma da Previdência, para mostrar aos brasileiros que nós temos um foco".
Com falas otimistas e elogios ao comprometimento do presidente Jair Bolsonaro e de Maia com a pauta, Guedes afastou, por ora, os rumores de que estaria prestes a abandonar a pasta. Ele garantiu que tem recebido "muito apoio" do presidente da Câmara, com quem o diálogo tem sido "extraordinariamente construtivo" desde o início das discussões sobre a reforma. "Desde que eu aterrissei em Brasília", afirmou.
A avaliação é a mesma por parte do presidente da Câmara, que ressaltou a importância do ministro na articulação com os parlamentares. "O diálogo com o ministro Paulo Guedes tem sido muito importante. Desde o início do governo, (ele) tem sido um interlocutor importante, e tenho certeza que a participação dele ajuda muito no convencimento dos parlamentares", comentou Maia.
O chefe da equipe econômica também não se mostrou decepcionado com o andamento das conversas no Planalto. Disse que tem recebido "todo o apoio" esperado de Bolsonaro para fazer a reforma. O presidente "sabe da importância do desempenho dele para isso", afirmou Guedes. Afinal, "ele desenhou, assinou e foi lá comigo entregar ao presidente Rodrigo Maia, na Câmara".
"Há um problema de comunicação grande, mas o apoio do presidente à reforma veio quando ele me deu a capacidade de fazer a reforma e foi fazer a entrega para o presidente da Câmara. Da mesma forma que o apoio do Senado, ontem (27/3), pelo presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP)", disse Guedes. Ele acredita que "os Poderes sabem da importância do desempenho de cada um em seu papel institucional", mesmo com os "barulhos" e "ruídos".
CCJ
A ausência do ministro na CCJ da Câmara, onde era esperado na última terça-feira (26/3), foi ideia de Maia. Segundo Guedes, o presidente da Casa sugeriu que ele esperasse a escolha do relator, "para não ser uma visita um pouco mais conflitiva". Depois que já estivesse definido, a reunião poderia ser "mais produtiva", explicou o ministro.
Após o almoço, Maia reforçou que Guedes irá à comissão na próxima quarta-feira (3/4), como foi combinado com as lideranças partidárias. "Vai ser muito importante para que ele possa mostrar os benefícios que uma reforma difícil vai dar para a sociedade brasileira", avaliou o deputado. O ministro disse que irá "mais tranquilo" na semana que vem e que acredita que "reforma vai deslanchar".
"Bem recebido"