Economia

Maia recebe Guedes para almoço com objetivo de discutir Previdência

Encontro ocorreu na Residência Oficial da Câmara, em Brasília

Alessandra Azevedo
postado em 28/03/2019 17:07

Rodrigo Maia e Paulo Guedes

Após as trocas de farpas entre o Executivo e o Legislativo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu o ministro da Economia, Paulo Guedes, para um almoço, nesta quinta-feira (28/3). Com o objetivo de retomar o diálogo para fazer com que avance a reforma da Previdência, pauta que os dois defendem com convicção, eles decidiram levantar a bandeira branca e esquecer os tiros trocados.

[SAIBAMAIS]

"Não tem farpas. Eu disse que ontem estava na hora de parar. Não vamos olhar para trás, não interessa ficar aqui na disputa de quem começou e de quem errou. Eu tenho certeza que o importante é a que a gente continue trabalhando", disse Maia, após o encontro na Residência Oficial da Presidência da Câmara, em Brasília. Ele afirmou ter certeza de que, a partir da semana que vem, com a presença do ministro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), "retomamos com força o debate da reforma da Previdência, para mostrar aos brasileiros que nós temos um foco".

Com falas otimistas e elogios ao comprometimento do presidente Jair Bolsonaro e de Maia com a pauta, Guedes afastou, por ora, os rumores de que estaria prestes a abandonar a pasta. Ele garantiu que tem recebido "muito apoio" do presidente da Câmara, com quem o diálogo tem sido "extraordinariamente construtivo" desde o início das discussões sobre a reforma. "Desde que eu aterrissei em Brasília", afirmou.

A avaliação é a mesma por parte do presidente da Câmara, que ressaltou a importância do ministro na articulação com os parlamentares. "O diálogo com o ministro Paulo Guedes tem sido muito importante. Desde o início do governo, (ele) tem sido um interlocutor importante, e tenho certeza que a participação dele ajuda muito no convencimento dos parlamentares", comentou Maia.

O chefe da equipe econômica também não se mostrou decepcionado com o andamento das conversas no Planalto. Disse que tem recebido "todo o apoio" esperado de Bolsonaro para fazer a reforma. O presidente "sabe da importância do desempenho dele para isso", afirmou Guedes. Afinal, "ele desenhou, assinou e foi lá comigo entregar ao presidente Rodrigo Maia, na Câmara".

"Há um problema de comunicação grande, mas o apoio do presidente à reforma veio quando ele me deu a capacidade de fazer a reforma e foi fazer a entrega para o presidente da Câmara. Da mesma forma que o apoio do Senado, ontem (27/3), pelo presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP)", disse Guedes. Ele acredita que "os Poderes sabem da importância do desempenho de cada um em seu papel institucional", mesmo com os "barulhos" e "ruídos".

CCJ

A ausência do ministro na CCJ da Câmara, onde era esperado na última terça-feira (26/3), foi ideia de Maia. Segundo Guedes, o presidente da Casa sugeriu que ele esperasse a escolha do relator, "para não ser uma visita um pouco mais conflitiva". Depois que já estivesse definido, a reunião poderia ser "mais produtiva", explicou o ministro.

Após o almoço, Maia reforçou que Guedes irá à comissão na próxima quarta-feira (3/4), como foi combinado com as lideranças partidárias. "Vai ser muito importante para que ele possa mostrar os benefícios que uma reforma difícil vai dar para a sociedade brasileira", avaliou o deputado. O ministro disse que irá "mais tranquilo" na semana que vem e que acredita que "reforma vai deslanchar".

"Bem recebido"

Guedes também disse ter sido "extraordinariamente bem recebido" no Senado, na quarta-feira (27/3), quando participou de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Ele minimizou o desentendimento com a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), que foi muito comentado nas redes sociais. "Quando eu discuti, foi uma discussão cortês. Dado que eu tenho temperamento forte e a senadora Kátia Abreu também, durou pouco, durou pouquinho. Foi só ;peraí, quem vai falar primeiro?; e pronto", disse.
O presidente da CAE, Omar Aziz (PSD-AM), que defendeu a senadora, o tratou com "muita cortesia", assim como os outros senadores, comentou o ministro. "Esse clima de respeito institucional existirá sempre. Acho que às vezes pode haver um empurra-empurra pessoal, uma coisa assim", ponderou.
Ele reconheceu que existem ruídos de comunicação e os atribuiu aos embates durante a campanha eleitoral. Apesar de ter dito que os problemas são "grandes", ele acredita que "o barulho vai diminuir" e haverá "uma harmonização". "Acho que isso é natural. O barulho está um pouco acima, exatamente porque houve esse choque inicial. Mas eu tenho sido testemunha de que todos estão empenhados", reforçou.

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