Ingrid Soares
postado em 29/03/2019 06:00
Após uma batalha desenrolada por três meses, a Marinha do Brasil anunciou ontem o consórcio que fornecerá até quatro novas corvetas. Os vencedores foram os alemães da TKMS, associados às empresas Atech Negócios em Tecnologias S.A, Embraer S.A e Thyssenkrupp Marine Systems GmbH, com o consórcio Águas Azuis. A Marinha espera investir até US$ 1,6 bilhão com o projeto da Corveta Classe Tamandaré, o equivalente a R$ 6,4 bilhões.
Para iniciar a assinatura dos contratos, a Marinha capitalizou a Emgepron, empresa de gerenciamento de projetos. O contrato principal e os demais contratos coligados (transferência de tecnologia, apoio logístico integrado e compensação), serão assinados até o fim do ano.
Segundo a pasta, a aquisição dos quatro navios militares, de alta complexidade tecnológica, é de suma importância também para outros setores da sociedade, especialmente da Base Industrial de Defesa (BID) e da indústria de construção naval, pois modernizará a Força Naval, com relevante índice de nacionalização de componentes e equipamentos das embarcações. Na fase de seleção, os índices de conteúdo local foram de 31,6%, para o primeiro navio, e média de 41% para os demais navios da série.
O processo de escolha da corveta da classe Tamandaré foi conturbado e questionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), após os royalties do Pré-Sal serem utilizados para a capitalização, estourando o limite de teto de gastos do governo. Após esclarecimentos, o processo continuou.
A previsão de entrega definitiva dos navios está prevista para ocorrer entre 2024 e 2028 e auxiliarão na proteção do tráfego marítimo, bem como no controle das águas jurisdicionais brasileiras e zona econômica exclusiva, que juntas formam a chamada Amazônia Azul, totalizando mais de 4,5 milhões de quilômetros quadrados. A possibilidade é de geração de cerca de 2000 empregos diretos e 6.000 indiretos.
O presidente da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider, ressaltou a oferta de um modelo sólido de parceria nacional com capacidade de reter a transferência de tecnologia, garantindo o desenvolvimento de futuros projetos estratégicos de defesa no país.