Hamilton Ferrari, Bruno Santa Rita - Especial para o Correio
postado em 02/04/2019 17:14
O relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve se reunir com todos os partidos para defender a reforma da Previdência. Líder da equipe econômica tomou a dianteira do governo federal para articular o texto que está em tramitação no Congresso Nacional.
O parlamentar se reuniu na tarde desta terça-feira (2/4) com Guedes para tratar sobre o tema. O líder da equipe econômica De acordo com ele, todos os deputados do PSL se encontrarão com o ministro. ;Essa é uma ideia do ministério da Economia de prestigiar o parlamento. Isso está sendo feito em duas etapas. A outra etapa também virá, assim que houver ordem do dia (no Congresso). A ideia é aproximar o parlamento do Poder Executivo federal, de modo a dar o andamento necessário à reforma da Previdência no Congresso Nacional; afirmou.
Marcelo Freitas disse que não há dúvidas de que as visitas não ocorrerão exclusivamente com a bancada do PSL. ;Outras bancadas de diversos partidos certamente comparecerão no Ministério da Economia para conversar (com Paulo Guedes). Essa é a ideia. Eu não tenho dúvida alguma de que todo o governo federal vai buscar dialogar cada vez mais com o parlamento a fim de encontrar a melhor ideia possível para que a reforma possa ser votada e aprovada;, ressaltou. ;Muito provavelmente a oposição também será convidada a vir. Virá se entender pertinente;, completou.
Segundo ele, o protagonismo de Guedes na articulação política nos últimos dias ocorre por conta da agenda prioritária do país. ;A ideia do ministro é de realmente buscar acabar com esse distanciamento que ainda pode existir entre alguns deputados e bancadas do Executivo. Isso está sendo feito: paulatinamente, gradativamente para que possamos conseguir dar andamento na reforma. O país não pode ficar parado esperando o andamento desta reforma e ela deve ser votada no mais tardar neste primeiro semestre na Câmara;, defendeu o relator.
Sobre a articulação do Palácio do Planalto, Marcelo Freitas ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro tem se valido de seus líderes no Congresso, mas que também deve entrar de cabeça na discussões assim que voltar de Israel. ;Certamente acreditamos que ele também fará as interlocuções necessárias. Com certeza iremos tratar com o presidente da República. Nunca tivemos dificuldade de tratar com ele sobre qualquer assunto;, defendeu o relator.
O parlamentar nega, porém, que o processo de discussão com os deputados esteja lento. ;O Congresso nacional tem seu tempo. O ministério da economia vem trabalhando já de longa data. Essas reuniões já aconteceram em outras ocasiões, inclusive na residência do presidente da Câmara dos Deputados;, afirmou. ;A nossa ideia é fazer com que o relatório seja apresentado no mais tardar no dia 9;, acrescentou.
PEC da Previdência
Sobre a matéria, ele conta que o parecer não deve analisar o mérito da reforma. Ou seja, o texto não deverá ter alterações de cortes na CCJ, ficando para a comissão especial se debruçar sobre os temas polêmicos, como as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria rural. ;Nós compreendemos as tratativas que estão sendo efetivadas pelos deputados e líderes, mas a nossa ideia é apresentar um relatório unitário que englobe toda a reforma apresentada na Comissão de Constituição e Justiça;, ressaltou o deputado.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, não compareceu à CCJ na última semana porque, segundo ele, havia um ambiente hostil, inclusive do PSL. Segundo o relator, que é do partido, jamais houve essa relação com o líder da equipe econômica. ;O ministro é senhor de suas palavras. Eu sou senhor das minhas. O que eu posso asseverar é que, no Congresso Nacional, especialmente com relação à bancada do PSL e do presidente da República, há uma unanimidade de entendimento no sentido de dar total apoio ao ministro da economia para que a gente possa superar esta etapa e julgar muito rapidamente e decidir muito rapidamente a reforma;, defendeu.
Sobre o projeto de lei que altera as regras de inatividade dos militares, Marcelo Freitas disse que a situação dos servidores das Forças Armadas é peculiar. ;O presidente da República observou esse aspecto com muita serenidade e apresentou, mas eu repito que o Congresso é soberano e saberá tratar;, argumentou.