Economia

Exterior e espera por Guedes na CCJ permitem Ibovespa retomar 96 mil pontos

Agência Estado
postado em 03/04/2019 11:20
Redução nos temores sobre a desaceleração econômica mundial e expectativa de que os Estados Unidos e a China estariam cada vez mais próximos de fecharem um acordo comercial norteiam os negócios no exterior e influenciam o Ibovespa. No campo doméstico, a espera por notícias consideradas favoráveis à aprovação da reforma da Previdência também reforça o apetite por ativos de maior risco. Na Europa e em Nova York as bolsas sobem, apesar do dado fraco do mercado de trabalho do setor privado em março, que criou 129 mil empregos, o pior resultado em 18 meses. Os indícios de que EUA e China estão avançando nas negociações comerciais reduzem os riscos de uma escalada protecionista global, cita em nota a LCA Consultores. Além disso, acrescenta, surgiram sinais de interrupção da desaceleração de algumas economias importantes, como a China, ontem. Na Europa, hoje, alguns indicadores de atividade sugerindo retomada econômica agradaram. Neste cenário, o principal índice à vista da B3 avança, amparado sobretudo em ações ligadas a commodities e setor bancário. O petróleo sobe, e o minério de ferro fechou com ganhos no exterior. Às 10h48, o Ibovespa tinha alta de 0,80%, aos 96.149,17 pontos. Se o clima não piorar, o índice pode até testar os 97 mil pontos, após cair 0,70%, aos 95.386,76 pontos, ontem. "Com o bom humor lá fora e a sensação de que a reforma da Previdência está evoluindo, a Bolsa pode trabalhar nos 96 mil pontos ou até mesmo acima desse nível, pelo menos até as 14 horas", estima um operador de renda variável. Às 14 horas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, irá à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para falar aos parlamentares sobre a reforma previdenciária. A sessão deve contar com a presença do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deve reforçar apoio à reforma e ao ministro. O tom otimista prossegue, mas ainda tem certa cautela. "A relação entre Executivo e Legislativo tem melhorado, pois o Guedes sabe que essa troca de farpas, especialmente entre Maia e o presidente Jair Bolsonaro não levará ao objetivo principal, que é aprovar a reforma", diz o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Nesta manhã, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), disse ser fundamental que governo tenha uma base e que é preciso diálogo com parlamentares. Também hoje, o economista Bernard Appy defendeu a elaboração de uma reforma tributária, afirmando que fazer modificações só em PIS/Cofins e ICMS é insuficiente e com custo político. "Com reforma, estamos falando num aumento de 10% do PIB potencial em 15 anos", afirmou o economista, autor de uma proposta de reforma tributária, que já foi apresentada no ano passado a parlamentares da Câmara, na comissão especial que tratou do tema.

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