Agência Estado
postado em 04/04/2019 15:48
Parlamentares do chamado Centrão avaliaram que a atuação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nesta quarta-feira, 3, se deu dentro do que era previamente esperado. A avaliação é de que o ministro não conseguiu surpreender a ponto de angariar votos para a reforma da Previdência, em grande parte pela desarticulação do governo.
"O governo não tinha base para blindar o ministro, que ficou sendo massacrado pela oposição. A gente já esperava que isso iria acontecer. Faltou articulação", afirmou o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), ao Broadcast.
No mesmo sentido, o líder do PRB, Jhonatan de Jesus (RR), afirmou que a atuação do ministro não foi suficiente para convencer nem mesmo parlamentares da possível base aliada. "Nem ajudou a convencer e nem definiu voto, porque o que define voto é a negociação de uma proposta com o Congresso e não a imposição de um texto já pronto", disse.
Para o deputado, a ida de Guedes à comissão não demonstrou necessariamente uma disposição de diálogo com o Congresso. "Ele só veio porque, se não, teria sido convocado e seria pior para ele", disse.
Guedes ficou por mais de seis horas respondendo perguntas dos deputados na tarde de quarta. O ministro, porém, acabou participando de vários bate-bocas com a tropa de choque da oposição e não viu uma base aliada capaz de defendê-lo.
Com isso, o primeiro teste político do ministro acabou em briga e troca de palavrões, após provocações do deputado Zeca Dirceu (PT-PR), que acusou Guedes de ser "tigrão" com os aposentados, idosos de baixa renda e agricultores, mas de ser "tchutchuca" com os privilegiados do Brasil.
Durante a sessão, Guedes defendeu o modelo de capitalização para as aposentadorias. No caso do BPC e da aposentadoria rural, os pontos mais polêmicos da proposta, Guedes admitiu a retirada deles do texto.