Agência Estado
postado em 05/04/2019 14:20
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, disse nesta sexta-feira, 5, que o setor empresarial está "preocupado, mas esperançoso" na aprovação de uma reforma da Previdência que preserve a economia de R$ 1 trilhão proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Para o executivo, a desarticulação política do governo Jair Bolsonaro representa uma "curva de aprendizado" na negociação com o Congresso.
Segundo ele, a confusão envolvendo o ministro da Economia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara nesta semana será superada. O ministro acabou batendo boca com o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) ao ser chamado de "tigrão" e "tchutchuca".
"Dizem que sempre depois da tempestade vem a bonança. Aconteceu uma tempestade, um problema, um atrito, mas que agora haja uma união de todos os setores, principalmente no Parlamento, para que possamos fazer essa reforma da Previdência", disse o executivo, que participa do fórum do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Campos do Jordão (SP).
De acordo com Lazari, a economia brasileira ainda pode crescer neste ano se a reforma da Previdência for aprovada até agosto. "Mesmo que ela a reforma aconteça em junho, no máximo julho, mesmo que escorregue até agosto, ainda dá para capturar mesmo que marginalmente o crescimento da economia para este ano", disse.
O presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou, por sua vez, que a execução do rito legislativo da reforma da Previdência "tem de andar este semestre". "É importante o País votar a reforma da Previdência. Virar a página, para acelerar a reforma do Estado brasileiro."
Ao se dizer otimista com a economia brasileira, Trabuco afirmou que a agenda de reformas e abertura do governo de Jair Bolsonaro "é positiva", e que isso se reflete nos preços dos ativos brasileiros. Ele ressaltou também que o Brasil oferece taxas de retorno "muito favoráveis" em meio a um cenário de liquidez mundial. "Somos um País que atrai muito recursos no mundo", comentou.
Ele afirmou acreditar ainda que a mudança na Previdência é "fundamental para construção de um novo pacto federativo" e que ela abre caminho para outras reformas, como a tributária.