Gabriela Vinhal
postado em 05/04/2019 16:40
Recebido como um "herói" entre os empresários, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ressaltou nesta sexta-feira (5/4) que está confiante quanto à tramitação da reforma da Previdência. O economista comentou ainda "rumores" que estão sendo ditos em torno do papel dele com a articulação no Congresso, principalmente depois da confusão na audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
"Se as principais lideranças do país estão comprometidas com a reforma, eu vou ter medo de quê? Vou tratar com um certo desrespeito quem me desrespeitou? São rumores, acontece", declarou, durante discurso no Fórum Empresarial do grupo Lide, em Campos de Jordão. "Tem uma minoria barulhenta que fica batendo o bumbo e acham que a política é aquilo ali", criticou Guedes.
O economista destacou o apoio que tem recebido dos presidentes Rodrigo Maia (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado), além da liberdade que o presidente Jair Bolsonaro tem lhe dado. Sobre a economia de R$ 1 trilhão com a reforma, o chefe da equipe econômica disse que os apoiadores do texto "vão atacar de frente": "Quem está envolvido nesta reforma como nós estamos, a luta é pela preservação do sistema previdenciário, pela possibilidade de continuar pagando e já temos casos de estados que não estão pagando nem a previdência, Nem os salários".
Para o ministro, a reforma independe de um governo ser de direito ou de esquerda, uma vez que o diagnóstico é "inescapável". "Não tem nada com esquerda ou direita. Tem que fazer a reforma da Previdência e ela precisa ser potente", declarou. Guedes, contudo, reconhece que alguns pontos do projeto já estão praticamente alterados pelos parlamentares, que analisam atualmente a constitucionalidade do texto na CCJ e, posteriormente, o mérito dela na comissão especial. Entre os itens que devem ser modificados na reforma estão o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a aposentadoria rural e a capitalização.
Além da reforma da Previdência, o chefe da pasta econômica afirmou que, em 30 dias, vai soltar um pacote para ajudar os estados -- um plano emergencial para melhorar a situação dos cofres regionais. A reforma tributária, próximo projeto a ser abraçado pelo governo de Jair Bolsonaro, também deve ser encaminhada ao Congresso depois da aprovação da reforma que altera as regras de aposentadoria e as privatizações. Segundo Guedes, se 20% ou 30% das estatais forem vendidas, já está "ótimo". "Estou absolutamente seguro e confortável que vamos fazer isso", declarou.