Agência Estado
postado em 09/04/2019 12:04
Alvo de pressão para ser destituído do posto, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), apareceu nesta terça-feira, 9, pouco depois das 10h30 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para conferir in loco os resultados da mobilização para acelerar os trabalhos no colegiado pela reforma da Previdência.
O governo escalou o deputado Coronel Armando (PSL-SC) para inaugurar a fila de inscrições. Ele chegou às 9h30, é o primeiro da fila e vai apresentar requerimento para dispensar a leitura e votação das atas de reuniões anteriores - o que na prática acelera o trâmite até a leitura do parecer de admissibilidade da reforma. A sessão está marcada para 14h30.
"É um sacrifício que ele está fazendo. Queremos poupar tempo e fazer que avance mais rápido", disse Vitor Hugo.
A segunda da fila é a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), mostrando que a oposição está marcando em cima. O clima é amistoso na fila.
"É um jogo que faz parte, mas estamos na frente hoje", brincou Vitor Hugo, após o apagão na articulação na semana passada ter deixado o ministro da Economia, Paulo Guedes, nas mãos da oposição. "Não tem a ver com aprender, são evoluções que a gente vai fazendo", afirmou o líder.
Para o Major, se o debate na semana passada com a presença do ministro tivesse alternado entre deputados favoráveis e contrários à proposta, o debate teria sido melhor. Ele acabou fazendo um mea-culpa. "Não é crítica ao Felipe (Francischini, presidente da CCJ e deputado pelo PSL), é um fato. Eu como líder do governo também poderia ter sido mais incisivo nessa coisa de fazer um debate com um contra e um a favor", disse.
Ele sinalizou que essa alternância será almejada a partir de agora. "Vamos conduzir de maneira que sempre haja um contra e um a favor (falando alternadamente) e os líderes falando, como o regimento permite, a qualquer momento", comentou.
Vitor Hugo disse que a votação está prevista para 17 de abril, mas, se for possível antecipar o início dos trabalhos das discussões, será melhor. Ele disse, porém, que o governo não quer fazer nada "açodado". "O ideal é que votemos até o dia 17, passe logo para segunda fase. O foco grande das discussões se dará na comissão especial", disse.
Desconfiança
O líder do governo na Câmara rechaçou qualquer desconfiança do Palácio do Planalto em relação a seu trabalho. Ele disse ainda receber "com tranquilidade" a posição de parlamentares que querem sua substituição.
"Quem me indicou foi o presidente da República, tenho mantido contatos frequentes com ele. Almocei com ele ontem, nos reunimos hoje pela amanhã. Não sinto qualquer indício no presidente da República de quebra de confiança no meu trabalho. Então vou prosseguir a despeito das críticas", avisou o Major.