Gabriela Vinhal, Alessandra Azevedo
postado em 09/04/2019 17:11
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta terça-feira (9/4) um requerimento de inversão de ordem dos trabalhos, medida que diminui as chances da oposição conseguir atrasar o processo de leitura do parecer do relator da reforma da Previdência, delegado Marcelo Freitas (PSL-MG). Com mais de duas horas de duração, o relatório ainda não foi lido.
O requerimento foi apresentado pelo vice-líder do governo Coronel Armando (PSL-SC) e pede que a primeira parte da reunião da comissão seja destinada diretamente à ordem do dia, momento em que a leitura do relatório estava prevista.
Com a confusão da última sessão, o governo se organizou para garantir o protocolo dos requerimentos e tentar frear a oposição. O Coronel Armando e o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), chegaram na CCJ ainda às 9h -- a sessão estava marcada para às 14h30.
Agora, membros da comissão analisam os cinco requerimentos de retirada de pauta, enviados pela oposição. As bancadas orientam posicionamento dos partidos e, depois, cada deputado vota.
Membros da CCJ já protagonizaram bate-boca e discussão, principalmente porque não receberam o parecer com 24 horas de antecedência, conforme é previsto no regimento interno. O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), contudo, disse que havia precedentes para que o parecer fosse apresentado ainda nesta terça.
Obstrução
Deputadas da oposição reclamam que a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), está sentada à mesa da CCJ, ao lado do presidente Felipe Francischini (PSL-PR), sendo que nem faz parte da comissão.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) disse que vai recorrer ao Conselho de Ética porque a líder do governo está filmando indevidamente a oposição, para publicar em "páginas de fake news". "Não somos o Big Brother, somos a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados"
Maria do Rosário pediu para que Francischini, perguntasse a Joice Hasselmann se ela estava gravando. Ele afirmou que não vai "tolher esse direito" (de gravar) de nenhum parlamentar. "Estamos no século 21, não se ganha mais nada pelo grito".