Economia

Cautela com Previdência limita Ibovespa, mas exterior tende a reduzir risco

Agência Estado
postado em 11/04/2019 10:31
A cautela política interna tende a nortear os negócios na B3 nesta quinta-feira, 11. Ainda assim, a alta das bolsas europeias e do pré-mercado de Nova York pode, o que pode limitar as perdas do principal índice à vista da Bolsa. Às 10h12, o Ibovespa caia 0,48%, na mínima, aos 95.489,12 pontos. Na quarta, o Ibovespa fechou com recuo de 0,35% (95.953,45 pontos). A reforma da Previdência continua no radar dos investidores e, agora, surgem novas dúvidas com relação ao seu atraso. Deputados do Centrão querem antecipar a votação da proposta que torna quase todo o Orçamento Impositivo, que engessa ainda mais as contas do governo. A pauta passaria na frente da discussão da Previdência, atrasando o seu calendário, cuja votação está prevista para a semana que vem. Essa notícia não agrada, avalia um operador de renda variável. Conforme ele, essa tentativa de avançar no tema do Orçamento Impositivo sugere que alguns partidos do Centro, por disputa por cargos, e os de oposição, por ideologia, vão tentar atrasar a aprovação da reforma previdenciária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. "Como o mercado tem olhado mais isso Previdência, pode fazer preço na Bolsa", estima. Para o analista Thiago Salomão, da Rico Investimentos, talvez a notícia não tenha tanta força para provocar perdas consideráveis do Ibovespa, pois, conforme ele, a visão no mercado segue sendo de aprovação da reforma previdenciária. "A Bolsa deve ficar nessa faixa 95, 96, 97 mil pontos até surgir algo que possa dar um impulso. Continuo otimista, acreditando que a reforma será aprovada", estima. A cautela externa também pode impedir a Bolsa de subir, acrescenta o operador, diante da estimativa de arrefecimento econômico global mais intenso que o esperado. Conforme destaca em nota o Bradesco, na quarta, a ata de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e o discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, reforçaram a percepção de continuidade da desaceleração do crescimento da economia mundial. Além disso, acrescenta, permanece no radar a escalada da recente tensão comercial entre Estados Unidos e União Europeia. Em contrapartida, o banco ressalta que a perspectiva de um acordo a ser fechado entre EUA e China acalma os ânimos dos mercados, bem como o adiamento do Brexit para 31 de outubro. "A extensão do prazo para o divórcio entre Reino Unido e União Europeia é vista como benéfica, porque reduz as chances de uma saída desordenada", avalia o Bradesco. Além disso, pouco antes do fechamento deste texto, o governo norte-americano informou que o número de novos pedidos de auxílio-desemprego na semana encerrada no dia 6 atingiu o menor nível desde o início de outubro de 1969.

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