Economia

Devolução de aeronaves obriga Avianca a cancelar 180 voos nos próximos dias

Serão cancelados 26 voos neste sábado (13/4), domingo (14/4) e segunda-feira (15/4)

Bernardo Bittar, Vera Batista
postado em 12/04/2019 18:49

Aviões da empresa Avianca A Avianca Brasil, por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), deverá cumprir um cronograma de entrega de aeronaves às empresas de arrendamento de aviões Aircastle e Aviation Capital. Três já foram devolvidas em março. Outras cinco serão em abril, quatro em maio, oito em junho, 16 em julho e oito em agosto, totalizando 41 aeronaves. A Avianca, que está em sérias dificuldades financeiras e em processo de leilão de seus ativos, informou que os clientes não serão prejudicados e que ;está tomando todas as medidas necessárias para manter a normalidade de suas operações;.

[SAIBAMAIS]


Por meio de nota, a companhia aérea orienta os passageiros que verifiquem o status do voo no site (https://www.avianca.com.br/-/cancelamento-de-voos-a-partir-de-abril-) com até 72 horas de antecedência. ;Caso seu voo não esteja na lista, fique tranquilo. Nenhuma ação é necessária e seu voo será mantido conforme o programado. Caso seu voo esteja na lista e você tenha comprado as passagens nos canais diretos da Avianca Brasil (site/app, call center ou lojas), entraremos em contato para reembolso ou opções de reacomodação. E caso seu voo esteja na lista e você tenha comprado passagens em agências e sites de viagem, entre em contato diretamente com estas empresas;, explica a Avianca.

Devido à redução da frota e para diminuir o impacto na operação e aos passageiros, a Avianca destacou ainda ter tomado algumas medidas urgentes, como fechamento imediato da venda de diversos voos diários e cancelamentos pontuais, conforme lista disponível no site da companhia (https://www.avianca.com.br/-/cancelamento-de-voos-a-partir-de-abril-), que será atualizada diariamente de acordo com eventuais ajustes.

O presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), Geraldo Tardin, diz que a empresa não pode deixar o consumidor na mão. ;Teria que substituir as passagens compradas por tíquetes em outras companhias, pagando as diferenças. Mas acredito que isso não vai acontecer. Quem quer evitar prejuízo precisa entrar na Justiça e corre o risco de não receber porque a Avianca está em processo de falência;, explica.

Tardin conta que a possibilidade de calote desestimula o consumidor a procurar os direitos nos tribunais e conta que uma saída pode ser antecipar o uso das passagens para datas em que a empresa ainda esteja em funcionamento. ;O consumidor que procurar a Justiça corre o risco de não conseguir. Quem tem voos marcados para depois pode tentar aproveitar a passagem o quanto antes. Vai ter que pagar uma multa mas vai viajar. É melhor que perder tudo;.

O especialista assinala que a possibilidade de outras empresas, como Gol e Latam, comprarem a parte ;saudável; da Avianca, pode ser a salvação de quem comprou passagens e corre o risco de não embarcar. ;Quem comprar pode assumir as dívidas. Até para dar continuidade à empresa. Quando se sucede uma companhia em caso de falência, se assume os ônus e os bônus. Teoricamente, a empresa fica atrelada. Pode ser a solução;, analisa.

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