Economia

Avianca vai cancelar mais de 300 voos até o próximo sábado

Empresa que está em recuperação judicial está sendo obrigada a devolver aviões por falta de pagamento

Ingrid Soares, Renato Souza
postado em 15/04/2019 16:54
Durante o fim de semana, 25 voos foram cancelados. Nesta segunda-feira, outros 50 deixaram de ocorrer
Em decorrência da redução de frota, a Avianca Brasil anunciou o cancelamento de 304 voos até o próximo sábado (20). Os aviões da empresa está sendo devolvidos em decorrência de decisões da Justiça sobre falta de pagamento. A empresa está sob recuperação judicial.

Durante o fim de semana, 25 voos foram cancelados. Nesta segunda-feira, outros 50 deixaram de ocorrer. No site é possível consultar os voos cancelados. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que recebeu um pedido para cancelar a inscrição de 10 aviões usados pela Avianca e que foram alugados da Constitution Aircraft Leasing.

Em nota, a Avianca informou que vai entrar em contato com os passageiros dos voos cancelados. A intenção é reembolsar os clientes afetados ou buscar reacomodações em outras companhias aéreas.

A empresa pediu recuperação judicial em dezembro do ano passado, afetada pela alta do dólar, que elevou o preço do querosene, usado para abastecer aviões. Em 2017, a Avianca se tornou a quarta maior companhia aérea do país, com 13% do mercado e encomendou 62 aeronaves A320neo. Mas no ano seguinte veio a derrocada da empresa, que hoje opera com 35 aeronaves, sendo que eram 45 em 2018.

Com a falta de pagamento do aluguel, outros aviões podem ser devolvidos as empresas de origem.

Linha do tempo


1998 - Surge a OceanAir

2004 - OceanAir compra a colombiana Avianca

2010 - Surge a Avianca Brasil, operando rotas regionais

2010 - Empresa começa a operar na rota Rio-São Paulo

2016 - Encomenda 62 aeronaves A320neo

2017 - Começa a operar para Miami, Nova York e Santiago

Tempos de bonança

2017 - Chega ao seu auge no Brasil

2017 - Se torna responsável por 13% do mercado nacional de aviação

2018, ano da queda

- Alta do dólar encarece o querosene e causa crise na empresa

- Fecha o ano com prejuízo de R$ 141 milhões

- Pede recuperação judicial

- Dívida chega a R$ 500 milhões


2019, crise se aprofunda

- Demite 140 funcionários e devolve aviões, ficando com 50

- Encerra 21 rotas e deixa de operar nos aeroportos de Belém (PA), Galeão (RJ) e Petrolina (PE)

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