Agência Estado
postado em 22/04/2019 15:44
Enquanto o governo negocia alterações no parecer da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a oposição vai tentar impedir a votação prevista para esta terça-feira, 23, exigindo do governo a divulgação dos dados detalhados que embasam a proposta. Além disso, parlamentares contrários às mudanças apresentadas pelo governo avaliam pedir uma nova fase de discussões se o parecer do relator Marcelo Freitas (PSL-MG) for alterado, o que demandaria mais tempo de análise.
"Nós podemos exigir que não se vote nada. Ou o governo recua ou não deixaremos essa sessão prosseguir amanhã (terça)", disse ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o deputado José Guimarães (PT-CE). "O princípio da transparência pública não pode permitir isso (a votação)", declarou, ao cobrar uma divulgação dos dados desagregados que embasam a proposta. O governo promete a divulgação das informações detalhadas na comissão especial da Câmara, a ser instalada após a votação na CCJ.
Antes da sessão da comissão, agendada para as 14 horas desta terça, a oposição discutirá a possibilidade de pedir uma nova rodada de discussão se um novo parecer for apresentado, arrastando o andamento da reforma no colegiado. Guimarães disse acreditar que há uma brecha para a estratégia. "Isso vamos discutir amanhã (terça)".
A Rede anunciou que vai entrar com uma ação na Justiça Federal pedindo a abertura dos dados. O PDT, por sua vez, avalia entrar com uma ação judicial contra o sigilo das informações da reforma da Previdência, conforme apurou o Broadcast Político com fontes do partido. A legenda também cobra o detalhamento dos dados que levaram o governo a propor a reforma e a estimar uma economia de R$ 1 trilhão com as mudanças no sistema de aposentadorias.
Parecer
Para que a votação do parecer ocorra na sessão desta terça-feira, integrantes do Centrão seguem em conversas com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, sobre alterações no texto. A equipe econômica garante que as mudanças não vão desidratar o impacto fiscal da reforma.