Rodolfo Costa
postado em 25/04/2019 12:59
O governo extinguiu o horário de verão. Em cerimônia realizada nesta quinta-feira (25/4), o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que põe fim ao sistema de ajuste temporal. A análise da gestão governamental é de que o horário não fornecia mais economia suficiente para justificar a manutenção, sendo que ainda mexia no ;relógio biológico; do brasileiro. Estudos internos do Ministério de Minas e Energia (MME) apontam que 53% da população apoia a decisão.
Ao contrário do que o governo sinalizou anteriormente, o decreto assinado extingue o horário de verão indefinidamente, não apenas para 2019. Antes, o Palácio do Planalto analisava apenas a suspensão para este ano. O secretário de Energia Elétrica do MME, Ricardo Cyrino, minimiza a decisão. ;Nos últimos 87 anos tivemos 43 anos sem o horário. Tivemos muitas alternâncias. Nada impede que, no futuro, caso venha a ser conveniente novamente na ótica do setor elétrico, vamos sugerir, novamente, a introdução do horário de verão. Por ora, não traz mais benefício;, justificou.
Os ganhos ao Estado com o sistema de ajuste temporal vinham caindo ano após ano, ressalta Cyrino. A projeção de economia para este ano era próximo da neutralidade. ;Por isso a recomendação para extinguir;, destacou. O horário de verão foi criado no passado com objetivo de aliviar o pico de consumo de energia elétrica, que era em torno de 18h, na medida em que adiava-se a entrada de iluminação.
Com a evolução da tecnologia, iluminações mais eficientes, substituição de chuveiros por outros mais econômicos, e a entrada do ar condicionado no mercado, o pico de consumo foi deslocado para às 15h, explicou Cyrino. Com maior consumo de energia a tarde, o país deixou de ter economia que havia no passado e o benefício do alívio no setor energético, que era às 18h. ;Com foco nos resultados obtidos, convergiram para o entendimento de que o instrumento deixou de produzir benefícios esperados;, declarou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
O presidente da República foi breve e resumiu o que dizem os técnicos. ;Não tinha mais razão de manter. Não economizava mais energia;, pondero, em pronunciamento. A própria saúde do cidadão foi levado em conta, destacou Bolsonaro. ;Mesmo sendo apenas uma hora, mexia com o ;relógio biológico das pessoas. Então, a decisão, ouvindo até dos parlamentares e exposição de motivos, conversando com (o deputado) João Campos (PRB-GO), tive o prazer e a honra de assinar um decreto nesse sentido;, acrescentou.