Agência Estado
postado em 06/05/2019 17:36
A votação da reforma da Previdência na comissão especial deve depender dos trabalhos de articulação política e convencimento do governo sobre a aprovação da proposta no plenário da Câmara dos deputados. O presidente do colegiado que analisa a reforma, o deputado Marcelo Ramos (PRB-AM), disse que de nada adianta ele acelerar a tramitação se não houver votos para o plenário. São necessários 308 votos para que a Previdência seja aprovada na Casa, em dois turnos. "O debate do texto vou ter de calibrar com articulação política. Não adianta eu terminar o debate e não ter voto", disse Ramos.
A ideia é que a etapa de audiências públicas seja realizada ao longo de maio e que junho seja dedicado à discussão do mérito da proposta. "Governo tem de gerar ambiente de aprovação da reforma", disse ele. "O trabalho de conseguir votos é do governo", afirmou.
Ramos quer que o ministro da Economia, Paulo Guedes, esteja na primeira audiência, nesta quarta-feira (8), juntamente com o restante da equipe econômica do governo. "Quanto mais transparente for o debate, mais gente pode ser convencida", afirmou. "A minha sugestão é que a primeira audiência seja com a equipe econômica. Minha opinião é que venha toda a equipe", afirmou. "O esclarecimento dos números é elemento fundamental para um debate maduro", disse.
Ramos afirmou que a reforma da Previdência é o primeiro passo para o ajuste fiscal do País, mas que a proposta sozinha não deve resolver a situação. "Não vamos ter a ilusão de que com a aprovação teremos reação imediata, mas perspectiva de reação", disse.
Sobre as audiências, Ramos afirmou que espera um debate respeitoso. "Chacota, falta de respeito, piada, não vamos tolerar", disse e acrescentou que não só oposição, mas governo tem de vir preparado.
Ele admitiu que algumas mudanças na proposta serão necessárias para que o governo alcance os votos necessários para aprovação. "BPC e rural me parecem inviáveis", disse. Ele afirmou que também será necessário mudança para os professores, já que alguns partidos, como PR e MDB, já fecharam questão sobre isso e não aceitam a retirada da aposentadoria especial para os docentes.