O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, disse que as críticas do presidente Jair Bolsonaro ao seu país já foram superadas e fazem parte do passado. Animado com a série de visitas que serão feitas por autoridades brasileiras ao gigante asiático este ano, Wanming vê bastante espaço para que as relações comerciais entre os dois países cresça cada vez mais.
[SAIBAMAIS]
"Desde que assumi o cargo de Embaixador da China no Brasil (janeiro 2019) tive muitas reuniões com funcionários do novo governo, inclusive com o presidente e o vice presidente (Hamilton Mourão). O presidente Bolsonaro me manifestou uma boa vontade de expandir a cooperação para todas as áreas (da economia) com a China, e sobretudo ele já anunciou que vai fazer uma visita oficial este ano e eu acredito que com essas questões vamos fortalecer, promover pautas rápidas de cooperação entre os dois países", afirmou, após participar do seminário "Um cinturão, uma rota, um rio", que está sendo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Durante a campanha eleitoral à presidência da República, Bolsonaro afirmou em tom crítico que a China não estava comprando do Brasil, mas sim "comprando o Brasil", referindo-se à entrada de empresas chinesas em vários setores, principalmente em energia. Ao assumir o cargo, no entanto, Bolsonaro voltou atrás e disse que quer aumentar as relações comerciais. Na semana que vem, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, visitará a China, e em dois meses será a vez do vice-presidente, Hamilton Mourão.
"Eu acredito que o volume comercial entre China e Brasil aumentou muito nos últimos anos e mantém tendência positiva. Qualquer relacionamento comercial entre China e Brasil é estável para o longo prazo", avaliou. "A China é um grande comprador de carne bovina e soja do Brasil, e a exportação da parte brasileira está aumentando muito. Esta é uma demanda permanente", completou.
Sobre a crise com os Estados Unidos, País que ameaçou aumentar alíquotas de importação de produtos chineses, o embaixador não vê reflexos negativos para o Brasil.
"A relação comercial entre China e Estados Unidos agora está numa situação complicada, mas mantemos diálogo com os EUA e as negociações andam estáveis. Vamos resolver o problema mediante negociação e isso anda bem agora", explicou.