O deputado relator da proposta da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), disse nesta quinta-feira (9/5), em entrevista à Rádio Eldorado, reconhecer que há falhas de comunicação por parte do governo do ponto de vista da narrativa na questão da reforma. Para ele, é preciso deixar claro que a reforma da Previdência é para a terceira idade e não para os mais jovens.
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Há, de acordo com ele, muitas pessoas que se aposentaram com 48 anos de idade e que ganham mais de R$ 30 mil por mês. "O presidente atual Jair Bolsonaro é uma dessas pessoas", disse o secretário, para quem estas injustiças precisam ser corrigidas. "Não é possível uma pessoa se aposentar ganhando R$ 30 mil por mês."
Sobre a audiência pública na Comissão Especial, na quarta-feira (8/5), Moreira disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, conseguiu apaziguar os ânimos. "A reunião foi muito boa", comentou.
O deputado afirmou na entrevista que gostaria que a seguridade social tivesse um orçamento à parte, para que o País volte a contar com uma robustez fiscal e corrigir as injustiças, uma vez que o problema da Previdência é fiscal.
Sobre o cronograma de tramitação da proposta da reforma previdenciária na Câmara, Moreira disse que não há atraso e que a Comissão tem até 15 de junho para tratar do assunto.
Ele reforçou a sua convicção sobre a importância da reforma, que entrega anualmente um déficit de R$ 400 bilhões. Mas ponderou que a reforma não será um fim por si só e que, para o Brasil voltar a crescer, outras medidas terão que ser tomadas.
Perguntado sobre que medidas seriam estas outras, o deputado sugeriu que será preciso abrir mercado de bancos para fazer com que as instituições barateiem o juro sobre empréstimos. "Só reforma não vai fazer a economia crescer", destacou.
O deputado evitou se comprometer com a possibilidade de a reforma levar a uma economia de R$ 1 trilhão, conforme tem defendido o ministro Paulo Guedes e se limitou a dizer que se trata de uma "boa meta" e que a Comissão se esforçará para obter um resultado robusto.
Sobre resistência de algumas categorias à reforma, Moreira disse que defende a idade mínima, que ela é importante, mas que não é o principal. De acordo com ele, algumas categorias podem ser diferenciadas.