Agência Estado
postado em 10/05/2019 18:12
O mercado brasileiro de ações esteve bastante suscetível aos movimentos do mercado externo nesta sexta-feira, 10, oscilando conforme se alteravam as expectativas em torno da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Depois de ter caído mais de 1,5% pela manhã, o Índice Bovespa desacelerou o ritmo e terminou o pregão em baixa de 0,58%, aos 94.257,56 pontos. No acumulado da semana, o índice perdeu 1,82%.
O principal indicador da B3 caiu em quatro dos cinco pregões da semana. Em todas essas sessões, a aversão ao risco no mercado internacional foi determinante para as ordens de venda de ações. As perdas tiveram início já na segunda-feira, em repercussão ao "tweet" em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que elevaria nesta sexta as tarifas americanas de 10% para 25% sobre US$ 200 bilhões em importações de bens chineses. Desde então, Trump deu diversas declarações, que ora animaram, ora desanimaram os mercados quanto à possibilidade de um acordo comercial entre EUA e China.
Nesta tarde, o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, afirmou que as negociações comerciais realizadas nesta sexta correram "razoavelmente bem", enquanto o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, descreveu as conversas como "construtivas". As informações foram suficientes para inverter as quedas das bolsas de Nova York, que terminaram o dia majoritariamente no azul.
Por aqui, o Ibovespa chegou a tocar o terreno positivo (+0,04%), mas não teve fôlego para uma alta. Ainda assim, terminou o pregão bem distante da mínima do dia, de 93.234 pontos (-1,66%), registrada pela manhã.
"A falta de novidades sobre a reforma da Previdência ao longo da semana deixou o mercado brasileiro à mercê dos mercados internacionais. Mesmo para a próxima semana ainda não se sabe se teremos algo concreto como o mercado gostaria de ver, uma vez que ainda haverá diversas sessões na comissão especial da Câmara", disse Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora.
Na análise por ações, o destaque ficou por conta de Vale ON (+1,90%). O papel subiu mesmo após a mineradora ter divulgado prejuízo líquido de US$ 1,642 bilhão no primeiro trimestre. O dado negativo foi atribuído principalmente aos eventos relacionados à barragem de Brumadinho (MG). Segundo Monteiro, da Renascença, os investidores receberam bem a decisão da empresa de fazer o provisionamento integral relativo ao acidente da barragem. Além disso, o diretor de Finanças e Relações com Investidores da mineradora, Luciano Siani Pires, afirmou em teleconferência que a empresa está confiante de que vai conseguir uma decisão final favorável à retomada das operações da mina de Brucutu (MG).