Agência Estado
postado em 16/05/2019 11:44
A cautela com a cena política pesa na B3 nesta quinta-feira, 16, apesar do mercado acionário externo positivo. Às 11h17, o Ibovespa cedia 0,94%, aos 90.763,54 pontos.
A ida de milhares de pessoas às ruas do País na quarta-feira, 15, em manifesto contra o bloqueio de recursos na área da Educação e a audiência pública na Câmara com o ministro Abraham Weintraub sobre os cortes na área educacional, também na quarta, retratam a fragilidade do atual governo que tem menos seis meses.
"Se tiver alguma recuperação, não deve ser nada maravilhoso por causa da tensão política que continua", diz o economista-chefe da ModalMais, Álvaro Bandeira.
Para completar a onda de notícias desfavoráveis para pessoas ligadas ao governo ou a componentes dele, o Ministério Público do Rio identificou no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (hoje senador pelo PSL-RJ) na Assembleia Legislativa fluminense o que considerou serem indícios de uma "organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade", voltada para cometer crimes de peculato (desvio de dinheiro público).
O temor é que esse tipo de denúncia respingue no Planalto, dificultando ainda mais a relação do governo com o Congresso, de forma a atrasar mais a aprovação da reforma da Previdência.
"É preciso ter melhora do quadro político para a reforma andar. Tem de aprová-la ainda neste semestre. Depois, fica complicado, difícil de acontecer", diz Bandeira.
Em meio às incertezas que pairam sobre a reforma, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na quarta-feira em Nova York que "com ou sem governo", o País fará a reforma da Previdência.
Nem mesmo a valorização do petróleo, em reação às tensões no Oriente Médio, com o avanço das divergências entre EUA e Irã e após ataques a navios-tanque que transportam petróleo da Arábia Saudita, impulsionam os papéis da Petrobras, que cedem.