Economia

Presidente do Banco Central enfrenta pressão pela redução dos juros

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará no próximo dia 30 o resultado oficial do primeiro trimestre

Hamilton Ferrari
postado em 17/05/2019 06:00
Roberto Campos Neto, na CMO, disse que país não pode abrir mão da inflação controlada

Apesar de reconhecer que a economia brasileira não vai bem, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento, do Congresso, disse que o Brasil não pode abrir mão da inflação controlada. Apesar disso, a pressão para que a autoridade monetária diminua a taxa Selic aumentou, já que o Produto Interno Bruto (PIB) do país de 2019 está indo por água abaixo.

Para ele, não há espaço para redução, sob o risco de o país ter um ;voo de galinha;. ;Achar que a gente vai trocar inflação controlada, um sistema de credibilidade no longo prazo, por um crescimento de curto (prazo), isso é voo de galinha. Não dura e, quando volta, a crise é grande e nós gastamos um bom tempo tentando recuperar isso;, defendeu Campos Neto.

O presidente do BC entende que a Selic está num patamar que estimula a economia. O Bank of America, porém, prevê o corte de 1 ponto percentual nos juros em 2019, passando de 6,5% ao ano para 5,5% anuais. A atividade econômica está fraquíssima, correndo sérios riscos de registrar queda entre janeiro e março, na comparação com o último trimestre de 2018.


Resultado


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará no próximo dia 30 o resultado oficial do primeiro trimestre. Em julho, o Copom se reunirá novamente para decidir sobre o futuro da Selic. Com risco de ter um PIB pior do que em 2018, assessores próximos do presidente Jair Bolsonaro afirmam que seria muito importante o BC iniciar a redução dos juros já na próxima reunião.

Campos Neto disse, porém, que o BC acompanha três fatores para determinar a política monetária. O cenário externo, que pode tirar ou injetar liquidez. O cenário de reformas internas e o hiato do produto, ou o quanto há de ociosidade na economia. Ele ressaltou que é preciso ter cautela com a situação econômica do país para evitar medidas precipitadas. ;Crise de 2014 foi isso, perdemos credibilidade e pagamos uma conta de recessão de 3,5% ao ano por dois anos;, comparou.

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