Economia

Air Europa quer operar voos dentro do Brasil

A companhia solicitou registro na junta comercial de São Paulo, primeiro passo para se constituir no Brasil, e indicou à cúpula da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que pedirá autorização de operação em breve

Agência Estado
postado em 18/05/2019 11:40
A companhia solicitou registro na junta comercial de São Paulo, primeiro passo para se constituir no Brasil, e indicou à cúpula da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que pedirá autorização de operação em breveA Air Europa, empresa aérea do grupo espanhol Globália, indicou ao governo brasileiro que pedirá autorização para operar rotas nacionais no País. A companhia solicitou registro na junta comercial de São Paulo, primeiro passo para se constituir no Brasil, e indicou à cúpula da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que pedirá autorização de operação em breve.

A informação foi confirmada pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e ainda por uma fonte da Anac. Se seguir adiante com o plano, a Air Europa pode se tornar a primeira companhia aérea totalmente estrangeira a entrar no Brasil para operar trechos domésticos. Empresas como a norueguesa Norwegian e a chilena Sky, que chegaram ao País recentemente, operam somente rotas entre o Brasil e cidades no exterior.

O movimento só é possível porque ainda está em vigência a medida provisória 863. Editada em dezembro, no apagar das luzes do governo Michel Temer, ela altera o Código Brasileiro de Aeronáutica, que limitava a participação de estrangeiros a até 20% do capital das companhias com operação no Brasil. Com a medida provisória, os estrangeiros ficaram liberados para ter até 100% das aéreas.

Um dos maiores grupos de turismo da Europa, com braços em hotelaria e aviação, a Globália tenta se antecipar a rivais do mercado internacional.

Há, porém, dois problemas à frente. O primeiro - e mais urgente - é a aprovação pelo Congresso da medida provisória que abriu o setor. O texto precisa passar nas Casas até quarta-feira ou perderá a validade. O prazo está apertado e o governo vem tendo dificuldade em encaminhar matérias ao Congresso.

"A Air Europa fez o registro agora para garantir o prazo, mas possui ressalvas. Eles ainda montarão o plano de investimento e tudo dependerá da aprovação no Congresso", afirmou o ministro do Turismo, que esteve na Espanha com executivos da Globália há duas semanas para tratar da possibilidade de vinda da empresa.

O segundo problema é a forma como o novo marco legal será enfim aprovado pelos parlamentares. Há preocupação dentro do governo sobre os efeitos de alterações feitas no Congresso. A comissão especial que apreciou a medida provisória incluiu no texto o fim da cobrança pela bagagem e a exigência de que as aéreas estrangeiras destinem 5% de seus voos para trechos regionais, por ao menos dois anos.

Ao modificar a proposta, os parlamentares argumentaram que os preços das passagens não baixaram desde que a cobrança das malas foi estabelecida e que é preciso aproveitar a abertura do mercado para incentivar a aviação regional.

Mas governo e companhias aéreas veem nas duas medidas risco para a atratividade do novo marco legal. Há temor de que as mudanças terminem por afugentar as companhias de baixo custo, conhecidas pelo termo em inglês "low cost".

Procurada, a Anac informou que ainda não recebeu pedido de autorização de operação da empresa. O representante da Air Europa no Brasil não retornou os contatos da reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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