Jornal Correio Braziliense

Economia

Compras da rede de distribuição de aço em abril têm queda de 14,2%, diz Inda

Cerca de 226,3 mil toneladas foram adquiridas

A rede de distribuição pisou no freio e diminuiu as compras feitas nas siderúrgicas no mês de abril, conforme levantamento mensal realizado pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). No mês passado, distribuidores compraram 226,3 mil toneladas de aço das usinas, um recuo de 14,2% em relação ao observado no mesmo período do ano anterior.

[SAIBAMAIS]

Na comparação mensal, a queda foi de 17,2%. Esse dado considera os volumes de chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quente, chapas eletro-galvanizadas, chapas pré-pintadas e galvalume.

Segundo o presidente da entidade, Carlos Loureiro, a rede segurou as compras no mês passado por conta do aumento de preços anunciados pelas siderúrgicas. "Houve receio por parte da distribuição de comprar aço e as usinas voltarem atrás no aumento e, com isso, elas ficarem com estoques com preços mais altos", disse.

No entanto, os ajustes de preços de abril, entre 10% e 15%, foram implementados com sucesso, disse o presidente do Instituto.

Já as vendas pela rede alcançaram 225,1 mil toneladas em abril, aumento de 18,1% ante abril de 2018. Ante março houve, contudo, recuo de 15%. Com esse desempenho mensal, os estoques de aço na rede caíram 4,6% ante março, para 814,1 mil toneladas. O giro de estoques, por sua vez, subiu e foi para 3,1 meses.

As importações de aço caíram 6,8% no mês, para 91,1 mil toneladas. Ante março o recuo foi de 25,9%. Para maio, a projeção é de queda de 5% em relação a abril, tanto para as compras quanto para as vendas dos distribuidores.

Usiminas

A Usiminas tem puxado os indicadores de importação de placa pelo País, conforme dados do Inda. A siderúrgica mineira tem comprado de usinas russas as placas para abastecer sua laminadora na usina em Cubatão, na Baixada Santista.

Em abril, a importação de placas vindas da Rússia somou 35 mil toneladas, alta de 69% ante o visto um ano antes. Além dessa importação, a Usiminas tem comprado placas da Ternium (antiga CSA) e de Pecém. A compra mensal tem sido da ordem de 80 mil toneladas.

As atividades primárias em Cubatão estão paradas há mais de três anos, depois de uma grave crise financeira vivida pela empresa. Desde então, a Usiminas tem tido de comprar placas de terceiros para laminar na unidade.

Aumento de preços

Depois da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciar um aumento de preços para a rede entre 10% e 12% para junho, a percepção é de que as demais usinas seguirão esse movimento, dado o preço do minério de ferro e carvão, que pressionam os custos de produção, disse Loureiro.

No momento, disse o executivo, o prêmio do aço - que é a diferença do preço do aço nacional em relação ao importado que chega ao País - é negativo neste momento, mesmo descontado o ajuste de aproximadamente 10% implantado pelas usinas em abril. Isso acaba abrindo espaço para uma nova rodada de aumento de preços.

Loureiro destaca, contudo, que haverá dificuldade para implantar o ajuste, visto que a atividade do mercado segue morna neste início de ano.