Economia

Popular apresentador culinário, chef Jamie Oliver pede recuperação judicial

Duas décadas depois de sua estreia como apresentador de TV, o chef inglês vê sua operação no Reino Unido ser administrada pela consultoria KPMG, que tenta salvá-la

Paula Pacheco
postado em 22/05/2019 06:00
O chef ficou conhecido pelo jeito simples de cozinhar e logo se tornou uma celebridade das panelas

São Paulo ; O inglês Jamie Oliver foi um dos responsáveis pela proliferação dos programas de culinária nas TVs. Em 1999, o jovem cozinheiro fez sua estreia na BBC, com o The Naked Chef. Talentoso e pautado pelo estilo simples de cozinhar, logo se tornou uma celebridade das panelas. Ganhou outros programas, lançou livros, abriu restaurantes e licenciou sua marca ; estampada em apetrechos de cozinha e em restaurantes, inclusive no Brasil.

Nesta terça-feira (21/5), foi anunciado que os restaurantes de Oliver no Reino Unido entraram em insolvência e por isso o negócio foi colocado na chamada ;administration;. Esse recurso legal equivale a recuperação judicial no Brasil.

Com isso, a operação passa a ser administrada pela KPMG, que terá dois de seus executivos, Will Wright e Mark Orton, responsáveis pela reestruturação do Jamie Oliver Restaurant Group Limited e das subsidiárias Jamie;s Italian Limited, Jamie;s Italian Holdings Limited, One New Change Limited e Fifteen Restaurant Limited. No site da empresa fundada por Oliver, já há orientações sobre como os credores devem proceder a partir de agora.

Segundo comunicado da KPMG, o grupo emprega aproximadamente 1.300 funcionários em 25 restaurantes em todo o Reino Unido, incluindo 22 sob a marca italiana Jamie, além de Jamie Oliver;s Diner no Aeroporto de Gatwick, Barbecoa e Fifteen London.

Após a nomeação dos executivos da consultoria, apenas três das 25 unidades do grupo permanecerão abertas no Reino Unido. Os restaurantes Jamie;s Italian e Jamie Oliver;s Diner, no Aeroporto de Gatwick, continuarão em operação, enquanto os administradores buscam opções. Serão cortados mil postos de trabalho.

Procurada pela reportagem, a KPMG do Reino Unido informou que os restaurantes internacionais, que incluem a operação no Brasil, sob as bandeiras Jamie;s Italian, Jamie;s Pizzeria e Jamie;s Deli, continuarão a operar normalmente e não serão afetados pela administração do restaurante do Reino Unido.

Recentemente, Oliver estruturou um processo para garantir investimentos adicionais no negócio. Desde o início do ano, o chef disponibilizou fundos adicionais de 4 milhões de libras para entusiasmar potenciais investidores e assim apoiar a captação de recursos. ;No entanto, sem um investimento adequado no futuro e à luz do ambiente de negociação atual muito difícil, os diretores resolveram nomear administradores;, informa o comunicado.

Will Wright, sócio da KPMG e administrador conjunto, explica que há um problema setorial: ;O ambiente comercial atual para empresas em todo o setor de restaurantes é o mais difícil que eu já vi;, disse. Agora, os novos gestores tentarão reequilibrar o negócio ;em um cenário de aumento de custos e confiança frágil do consumidor;, explicou em nota.

Brasil continua


No Brasil, a primeira unidade do Jamie;s Italian foi inaugurada em 2015, em São Paulo. Quatro anos depois, foram abertos apenas mais dois restaurantes: um em Campinas (SP) e outro em Curitiba.

Em algumas entrevistas, Lisandro Lauretti, sócio do Jamie;s Italian no Brasil, declarou que a expansão no país até o momento não foi mais rápida, assim como o previsto, por problemas com a seleção de fornecedores. É o caso da carne, que, segundo ele, deve ter o selo de certificação de bem-estar animal.

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