Economia

Dólar fecha em alta em meio à aversão ao exterior; Ibovespa tem queda

A moeda norte-americana encerrou o dia a R$4,04, com alta de 0,17%

Gabriela Tunes*
postado em 23/05/2019 18:45
dólar
O mercado fechou nesta quinta-feira (23/5) em meio à aversão ao risco no exterior devido ao quadro do cenário externo, o qual foi acirrado pela guerra comercial entre a China e os Estados Unidos e por preocupações com o Brexit. Internamente, os resultados vieram principalmente da aprovação do texto-base da Medida Provisória (MP) 870, que diminui a quantidade de ministérios. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), terminou o dia aos 93.910 pontos, com queda de 0,48%, e o dólar a R$ 4,04, com alta de 0,17%.

Para Pablo Spyer, diretor operacional da corretora Mirae Asset, o valor do dólar foi controlado pela queda da taxa de juros pelo quarto dia seguido. "Lá fora houve forte aversão ao risco. O cenário externo fez com que a taxa de juros caísse e o dólar sofresse recessão", explicou. Já a queda da bolsa foi também resultado do cenário global, além da percepção de que a Reforma da Previdência vai sair de 60 a 90 dias. "Os investidores acreditam na palavra do Guedes. O ponto de inflexão vai ser quando a Reforma for aprovada, até lá a economia continua caindo", explicou.

Além da aprovação do texto da MP 870, que reduz a quantidade de ministérios de 29 para 22, a aprovação da tramitação da reforma Tributária pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) deixou os investidores em cautela. A proposta unifica cinco tributos em um. Da mesma forma, a solicitação feita ontem pelo presidente Bolsonaro à Receita Federal por um projeto que reavalie patrimônios declarados no Imposto de Renda refletiu no mercado. Segundo Marcos Cintra, chefe do órgão, a medida implica em agilização de mercado e facilitação de negócios.

Externamente, os mercados asiáticos, europeus e as principais bolsas de Nova York operaram em queda, mostrando a preocupações dos investidores a respeito de tensões comerciais entre EUA e China. Segundo o secretário do tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, ainda não há uma viagem de negócios marcada para Pequim, o que reduz as chances de reconciliação rápida entre as potências. No parlamento britânico, a piora nas negociações sobre o Brexit refletiram na queda do mercado global.
* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli

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