Economia

EUA apoiam Brasil na OCDE

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 24/05/2019 04:27

Os Estados Unidos confirmaram o apoio ao Brasil no processo de adesão do país à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), durante encontro ministerial do organismo multilateral, realizado ontem, em Paris.

A sinalização foi comemorada pelo presidente Jair Bolsonaro, que compartilhou nas redes sociais a confirmação da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, mas sem comentários. O chefe do Executivo, quando visitou Washington em março, recebeu a sinalização do presidente dos EUA, Donald Trump, de que teria o apoio na OCDE, mas condicionado à saída do país do grupo de países em desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio (OMC), onde o Brasil tem tratamento diferenciado. Países emergentes como Chile, México e Colômbia não precisaram abrir mão desse status na OMC para serem aceitos na OCDE.

;A condição continua e, agora, é possível que os americanos cobrem o passo do Brasil de abrir mão do status privilegiado na OMC, porque não haviam feito o movimento formal de apoio;, avaliou Wagner Parente, CEO da BMJ Consultores Associados. Ele lembrou que, apesar de não ter usado essa prerrogativa ultimamente, o país perderá espaço para fazer política pública, como permissão para subsidiar o setor agrícola e permissões em propriedade intelectual.

Em tese, não basta apenas os Estados Unidos darem apoio, é preciso que o país também adote medidas de adequação e isso exige tempo. Um dos pré-requisitos é que o país seja uma democracia. O Brasil deu início ao processo de adesão há quase dois anos e deve levar pelo menos o dobro desse tempo para a conclusão. Os maiores entraves, de acordo com especialistas, estão na área tributária, devido à complexidade que é pagar imposto no Brasil. Mas o governo também precisa adotar medidas de facilitação de negócios e de combate à corrupção. Além disso, o governo também precisará se adaptar às regras de maior transparência.

A OCDE atualmente tem 36 países-membros e seis nações em processo de adesão. Além de Brasil, Argentina, Peru, Bulgária, Croácia e Romênia também estão na lista.

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