Economia

Guedes diz que renuncia ao cargo se for aprovada 'reforminha' no Congresso

"Pego um avião e vou morar lá fora. Já tenho idade para me aposentar", afirmou o ministro da Economia

Hamilton Ferrari
postado em 24/05/2019 10:25
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, em entrevista à revista Veja, publicada nesta sexta-feira (24/5), que irá renunciar do cargo caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência vire uma ;reforminha;. Ele disse que, se isso se concretizar, vai morar no exterior. ;Já tenho idade para me aposentar;, justificou. Para ele, o Brasil pode quebrar no próximo ano.

"Deixa eu te falar um negócio que é importante. Eu não sou irresponsável. Eu não sou inconsequente. Ah, não aprovou a reforma, vou embora no dia seguinte. Não existe isso. Agora, posso perfeitamente dizer assim: ;Olha, já fiz o que tinha de ter sido feito. Não estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar problemas, mas não dá para permanecer no cargo;", comentou. "Se só eu quero a reforma, vou embora para casa. Se eu sentir que o presidente não quer a reforma, a mídia está a fim só de bagunçar, a oposição quer tumultuar, explodir e correr o risco de ter um confronto sério, pego o avião e vou morar lá fora", completou o ministro.

[SAIBAMAIS]Ele destacou que não irá embora do país no dia seguinte, caso haja frustração na reforma da Previdência. ;Agora, posso perfeitamente dizer assim: ;Olha, já fiz o que tinha de ter sido feito. Não estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar problemas, mas não dá para permanecer no cargo;. Se só eu quero a reforma, vou embora para casa;, justificou.

De acordo com a revista, o ministro também defende que o presidente Jair Bolsonaro defende a reforma nos moldes em que a proposta foi enviada pelo governo ao Congresso. O texto prevê a economia de até R$ 1,2 trilhão nos próximos dez anos. Guedes admitiu que existe uma margem de negociação que poderá desidratar a matéria até, no máximo, R$ 800 bilhões. Até então, ele tinha dito que seriam necessários, pelo menos, R$ 1 trilhão de impacto fiscal.


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