Com a agenda lotada de encontro com parlamentares, ontem (27/5), o ministro da economia logo pela manhã, após sair de café da manhã, ;;em excelente clima e em ambiente ótimo;, com o presidente da República, Jair Bolsonaro, se referiu às manifestações de domingo passado como mais um sinal de que a sociedade demonstrou apoio às mudanças propostas pelo governo e as lideranças políticas entenderam o recado. ;Estamos confiantes de que o Congresso vai aprovar a reforma da Previdência. Acho que as manifestações simplesmente confirmam a ideia de que o povo quer mudanças;, destacou.
Da reunião matinal no Palácio da Alvorada participaram, também, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, David Alcolumbre, e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. ;As principais lideranças do Brasil conversaram, justamente, sobre tudo isso. Desafios para frente. Estão todos buscando melhorar o país. Foi um clima excelente;, disse Guedes.
Maia quer acelerar reforma da Previdência
O presidente da Câmara Rodrigo Maia disse que vai pedir ao relator da reforma da Previdência, senador Samuel Moreira (PSDB-SP), que o trabalho seja adiantado. ;Eu vou pedir a ele hoje que apresente o projeto antes do dia 15. Acho que a gente precisa encurtar um pouquinho esse prazo para que não se chegue muito no limite do final do primeiro semestre;, destacou Maia.
A conversa com parlamentares é importante para que se chegue a um consenso em torno da economia de gastos públicos pretendida pelo ministro da Economia de R$ 1,2 bilhão em 10 anos, ;Não apenas para garantir o equilíbrio fiscal, mas para que a gente possa criar um sistema que garanta uma poupança melhor para os trabalhadores e uma capacidade maior de investimento para o estado brasileiro;.
O presidente da Câmara disse ainda que já tinha combinado com o ministro Paulo Guedes de levar junto com ele ao Ministério da Economia deputados de diferentes partidos para ;acelerar algumas pautas urgentes para o Brasil;, além da reforma da Previdência. ;A Previdência tem um peso, mas a reestruturação do estado brasileiro também tem um peso enorme, pois também encareceu nos últimos anos e aumentou sua ineficiência;.
Em relação ao orçamento impositivo, ele disse que os deputados estão alinhados com os senadores. Está sendo renegociada a regra de ouro (permissão para o governo se endividar para manter a máquina funcionando) devido ao engessamento do orçamento com despesas obrigatórias.
Quantos às manifestações, o presidente da Câmara afirmou que são legítimas e democráticas. ;Todas elas vem com uma mensagem. Cada um tem que avaliar, respeitando a posição de cada um, mesmo discordando. O importante é que a gente tenha no Congresso Nacional uma pauta bem organizada;.
Servidores
Ao falar da PEC da reorganização da regra de ouro, que, segundo Maia, vai complementar o novo regime fiscal, ele falou que a iniciativa não é contra o servidor, apesar de as ;despesas obrigatórias atingirem quase 100% do gasto público;. ;Queremos valorizar o servidor para que ele possa ganhar em dia, para que a inflação não volte e prejudique o salário dele;.
Questionado sobre projetos que permitem a demissão do servidor concursado, Maia lembrou que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) já permite isso. Mas o assunto vai ser discutido na semana que vem no Supremo Tribunal Federal (STF). ;Eu já pedi ao Toffoli (presidente do STF) que a gente julgue a liminar do regime jurídico único que está a muito tempo parada. Essas questões não são contra o servidor. São a favor do servidor que trabalha, que se dedica;, disse