Agência Estado
postado em 30/05/2019 12:03
O Ibovespa iniciou o dia com alta tímido e aos poucos foi ganhando corpo, a despeito da queda de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre de 2018. Mais uma vez, a valorização supera os ganhos nas bolsas em Nova York, que são comedidos, também com investidores avaliando o PIB dos EUA.
Após abrir na faixa dos 96 mil pontos, o principal índice à vista da B3 acelerou o ritmo de elevação, indo aos 97 mil pontos, e já mirando os 98 mil pontos, com investidores esperançosos em relação ao avanço da reforma da Previdência.
Conforme um analista, a queda do PIB no primeiro trimestre já era esperada e apenas reforça a necessidade das reformas.
Neste sentido, mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o recuo não é novidade e que economia está à espera de reformas, acrescentando que governo anunciará várias medidas, como liberação de PIS/Pasep e FGTS. Caso o Ibovespa permaneça em alta, será o terceiro dia consecutivo.
O recuo do PIB de 0,2% ficou igual à mediana de 0,2% das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast (intervalo de -1,0% a alta de 0,37%). Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, o crescimento de 0,5% também ficou idêntico à mediana das projeções, cujo intervalo ia de -0,40% a elevação de 1,13%.
"O PIB fraco pode indicar queda nos juros e isso, anima a Bolsa", sugere o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito.
O declínio de 0,2% veio um pouco mais intenso que a retração de 0,1% estimada pela Necton. Os destaques ficaram na queda, pelo lado da oferta, dos resultados da agropecuária (-0,5%) e da indústria (-0,7%), observa.
"No entanto, o que nos chamou atenção foi o recuo de 1,7% na Formação Bruta de Capital Fixo indicativo de investimentos, o que indica que os juros baixos não estão encontrando aderência na realidade e o otimismo empresarial com o governo não se traduz em investimentos", avalia André Perfeito.
Nos EUA, o PIB do país cresceu 3,1% na taxa anualizada do segundo trimestre, ficando acima das estimativas de 3,0%. O ritmo dos gastos dos consumidores e das exportações teve revisões em altas modestas, com os gastos das empresas e o investimento em estoques revisados em leve baixa.
Após o anúncio, houve inversão da curva de juros no país. No entanto, analistas ressaltam que continuam no centro das atenções as dúvidas relacionadas à guerra comercial e temores com uma recessão nos EUA.