Gabriela Tunes*
postado em 31/05/2019 21:00
As melhores expectativas para a aprovação da reforma da Previdência animaram o mercado nesta quinta-feira. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo (B3), teve hoje a sua maior alta em dois meses, fechando aos 97.370, com alta de 0,83%. O dólar também fechou otimista, a R$ 3,97, com alta de 0,07%.
Os resultados chegaram após a tramitação mais rápida das MPs, o que animou o mercado. Na quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou o texto base da Medida Provisória 871, que tem como objetivo combater fraude de beneficiários do INSS. Da mesma forma, a aprovação da MP 870, que reduz para 22 o número de ministérios, pode diminuir os gastos e então animar o mercado financeiro. Igualmente, hoje, o PL apresentou um projeto alternativo à Reforma da Previdência. A estimativa do projeto é de R$ 600 bilhões à economia.
Para Pablo Spyer, diretor operacional da corretora Mirae Asset, além das expectativas para a aprovação da Reforma da Previdência, o que deixou o mercado otimista foram as expectativas do corte de juros e a fala de Paulo Guedes sobre saques de PIS/Pasep e FGTS. Hoje, o ministro afirmou que, quando sair as reformas,o governo pretende liberar saques de recursos de contas ativas e inativas do PIS/Pasep e do FGTS. ;Essa fala foi bem recebida pelo mercado, durante a tarde, e também ajudou na queda do dólar;, afirmou Spyer. Segundo investidores, a medida tem potencial para injetar R$ 22 bilhões na economia.
Segundo Renan Silva, economista da BlueMetrix Ativos, o mercado se manteve otimista porque, mesmo com ajustes, ele ainda acredita na desidratação da economia que se esperava no projeto original do governo. ;Agora existe abertura para negociação e participação dos congressistas na reforma, o que deixa o mercado otimista;, disse. Para ele, a confiança do mercado pode estar voltando. ;Ainda é cedo para imaginar que não terá turbulência, mas a confiança pode estar voltando;, afirmou.
Externamente, os mercados se animaram com o PIB dos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2019, que cresceu 3,1%. O resultado destaca-se do PIB brasileiro, que teve crescimento de 0,2%, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).