Economia

Expansão nos EUA

postado em 31/05/2019 04:05

A maior economia do mundo acelerou seu crescimento no início deste ano. Apesar de revisarem para baixo a alta do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre anualizado, os Estados Unidos registraram expansão de 3,1% na atividade econômica. A taxa foi levemente menor do que a estimada em abril, de 3,2%, mas superior à verificada no quarto trimestre de 2018, de 2,2%.

O aumento das exportações e o investimento em estoques puxaram o crescimento do país no início de 2019. Também houve uma revisão para cima do consumo. No entanto, os gastos do setor privado com equipamentos encolheram no último trimestre, enquanto o mercado imobiliário se mostrou mais fraco do que o projetado, o que aponta para uma possível redução do ritmo de crescimento.

Daniel Linger, estrategista-chefe da RB Investimentos, explicou que a alta anualizada do primeiro trimestre foi inflada pela majoração dos estoques, reflexo do temor da guerra comercial com a China. ;A economia norte-americana vem crescendo há 11 anos. Em 2018, teve combustível extra com uma reforma tributária. Mas há sinais de que esse ritmo não vai durar;, alertou. Segundo ele, existe um sinal de inversão no longo prazo, mesmo com desemprego baixo e inflação controlada. ;O ajuste deve ocorrer, possivelmente, em 2020;, estimou.

Bom para todos

O crescimento da economia dos EUA é bom para todo mundo, assinalou Linger. ;Como o Brasil é exportador de commodities e os Estados Unidos são um dos maiores compradores globais, se a aceleração econômica daquele país arrefecer, pode ser um problema. Além disso, há risco da guerra comercial se acentuar;, acrescentou.

A economista Monica de Bolle, pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics e diretora do Programa de Estudos Latino-Americanos da Johns Hopkins University, ambos em Washington, destacou que a economia norte-americana tende a piorar no ano que vem, devido às eleições presidenciais. Se isso se confirmar, piora o cenário externo, o que não será favorável para a recuperação econômica do Brasil. ;As incertezas no mundo devem persistir em 2020, em grande parte pelas eleições nos EUA e pelos novos desdobramentos da guerra comercial com a China;, avaliou.

Na opinião da professora do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead/UFRJ) Margarida Gutierrez, especialista em macroeconomia, como a taxa é anualizada, os 3,1% representam, mais ou menos, uma alta trimestral de 0,8%. ;Todo mundo sabia que os EUA estavam voltando a crescer. São grandes compradores e isso tem reflexo em todos os países exportadores;, avaliou.

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