Agência Estado
postado em 31/05/2019 18:37
A Brasil BioFuel (BBF) saiu vencedora do leilão de energia para suprimento de Roraima, com a contratação de dois de seus projetos que somam 73,83 MW de potência nominal. O maior, localizado em Boa Vista, será uma termelétrica a óleo de palma associado a painéis fotovoltaicos de 56,2 MW de potência, com investimento estimado em R$ 537,759 milhões. O outro, em São João da Baliza, Sul de Roraima, de 17,6 MW, soma R$ 97,416 milhões, boa parte dos quais já executados. Por isso, a empresa espera iniciar a operação desta segunda unidade já no ano que vem, por volta de abril, antecipando o início da receita em relação ao prazo oficial de início de suprimento, de 28 de junho de 2021.
"Para São João da Baliza está praticamente tudo pronto", disse o presidente da BBF, Milton Steagall, salientando que com isso o Estado já começa a reduzir seu custo de energia, atualmente da ordem de R$ 1.200/MWh. Ele comentou que um projeto similar havia sido vencedor de leilão anterior de sistemas isolados, mas o contrato acabou não sendo firmado por questões envolvendo a contraparte, a Companhia Energética de Roraima (CERR). "Seguimos com as obras civis porque acreditamos muito no projeto, sabíamos que seriam necessárias novas contratações", comentou.
Esse projeto de São João da Baliza foi o que vendeu o megawatt-hora mais barato no leilão desta sexta: R$ 670,00, ante o preço-teto estabelecido para o leilão de R$ 1.078/MWh. A explicação está também na origem da BBF, que praticamente nasceu no local, onde se estabeleceu em 2008, para explorar a produção de óleo de dendê com o plantio de palma em áreas degradadas. No projeto de geração de energia ora viabilizado, utilizará uma caldeira para queima do bagaço da palma, que será complementada por outra unidade back-up com queima do óleo vegetal.
O projeto de Boa Vista tem preço de energia mais elevado, de R$ 825/MWh, e tem estruturação diferente. Ali, a ideia é a instalação de painéis fotovoltaicos, combinado com uma térmica a biocombustível. O projeto original também prevê a instalação de baterias, mas Steagall afirma não ter certeza de que avançará neste momento com o armazenamento, tendo em vista que a tecnologia ainda está em curva de melhoria e a vida útil das baterias ainda é incerta. Com isso, o investimento cairia para cerca de R$ 400 milhões, disse. "Podemos deixar as baterias para um segundo momento", comentou.
A BBF já venceu outros leilões de sistemas isolados para implantação de outras térmicas em sistemas isolados, em Rondônia, Acre e Amazonas, somando mais de 20 MW de potência instalada, segundo informações disponíveis em seu site. "O Estado onde começamos é o ultimo Estado em que viabilizamos térmicas", comentou.