Gabriela Tunes*
postado em 04/06/2019 18:58
O mercado financeiro começou o mês de junho com a bolsa zerando ganhos e o dólar operando em queda, em meio ao otimismo da possível queda de juros dos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo (B3), fechou o dia aos 97.020 pontos, com queda de 0,01% e o dólar a R$ 3,88, com queda de 0,9%.
Ontem, o diretor da Federal Reserve de Sant Louis, James Bullard, afirmou que um corte da taxa de juros dos EUA ocorrerá em breve. Segundo Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset, o possível corte é bom para países emergentes, principalmente para o Brasil, pois os investidores americanos vão buscar investir em outros países. ;Eles estão menos propenços a investir em título de renda fixa nos Estados Unidos e buscam investir em outros lugares;, explicou.
Para Spyer, o Brasil se beneficia do cenário externo de guerra fiscal dos EUA com o México e de guerra comercial dos EUA com a China para vender commodities e outros produtos. ;O aumento da probabilidade de corte de juros somado ao bom humor do momento da aprovação da reforma da previdência faz a bolsa não afundar;, destacou.
Internamente, o otimismo em relação à aprovação da Reforma da Previdência anima os investidores desde a semana passada. Para renan Silva, economista da BlueMetrix Ativos, mesmo que otimista, o mercado ainda está cauteloso devido às reviravoltas. Para ele, o grande impulso à bolsa e ao dólar foi a possibilidade de redução de juros. ;Continuamos em cenário ostil com embargos políticos e a situação fiscal ainda é grave, mas a possibilidade de redução de juros ajustou a bolsa;, destacou.
Contudo, para Pablo Spyer, junho vai ser um mês importante para a confirmação da aprovação da reforma neste ano. ;Se não atrasar em junho haverá entendimento de que ela passa nesse ano;, disse. Todavia, o mercado brasileiro vai depender bastante do cenário externo. ;O momento é muito incerto e com variáveis para fazer prognóstico no mês;, afirmou.