Economia

Mercado espera deflação em junho

postado em 05/06/2019 04:06

Com a queda no preço do petróleo e dos alimentos em maio e o fim da cobrança extra na tarifa de energia elétrica este mês, que passa da bandeira amarela para verde, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o mês de junho deve registrar uma pequena deflação, esperam economistas.

A mudança de faixa na tarifa de energia elétrica já causou impacto de 0,11 pontos no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e deve influenciar também o IGP-M, ainda que de maneira mais sutil, por causa da diferença dos produtos que compõem a cesta de medição e inflação e o peso destes itens na composição dos índices.

No acumulado de 12 meses e na comparação com junho de 2018, a queda nos preços será maior, já que, em junho do ano passado, a inflação chegou a 1,26%, influenciada pela greve dos caminhoneiros.

;Este mês vai ficar na linha d;água. Próximo de zero. Pode ficar um pouco negativa ou um pouco positiva;, concorda Luiz Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil. Segundo Leal, o mercado não conta com uma nova deflação em julho, nem com o início de um ciclo deflacionário, já que houve queda em alguns itens por razões pontuais e ainda há mais preços subindo do que caindo. ;Em um ciclo deflacionário, as pessoas percebem a queda nos preços e adiam o consumo, aguardando novas quedas nos preços, o que faz os preços continuarem caindo, mas não é isso que está acontecendo;, disse.

O economista João Fernandes, da Quantitas ; Gestão de Recursos, acredita que os preços devem sofrer queda de 0,03%, ou seja, o índice vai ficar próximo de zero. ;A queda nos preços não está vinculada à atividade econômica, mas pode manter a discussão sobre o corte de juros pelo Banco Central;, disse. Segundo ele, a Quantitas calcula que a inflação do ano fique em 3,85%, abaixo da meta do Banco Central, de 4,25%. De acordo com o economista, o preço dos alimentos caiu em maio depois de uma trajetória de alta entre fevereiro e abril, devido à quebra de safras por razões climáticas, mas agora tendem a ficar estáveis.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação