Ao todo, são 600 mil contratos de clientes que estão com mensalidades de empréstimo atrasadas, o que corresponde a 2,3 milhões de pessoas. Há R$ 10,1 bilhões que são devidos pelos clientes ao banco. Guimarães estimou que entre R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão devem ser devolvidos aos cofres da Caixa em 2019. A medida já está valendo e o atendimento é possível nas agências físicas e em outros canais, como site e redes sociais da instituição financeira. A ação vale para todos os tipos de financiamentos, inclusive do Minha Casa Minha Vida.
A Caixa informou que haverá uma série de iniciativas para facilitar a quitação do bem. Por exemplo, famílias que tiverem atrasos recorrentes poderão ter a condição de pagar uma prestação e incorporar o restante da dívida nas mensalidades que faltam. ;Basicamente, o coração da proposta é: se estiver atrasado três, quatro, seis, 10, 15 meses, a pessoa paga uma prestação e o saldo é incorporado no resto da sua dívida;, disse o presidente do banco. ;Isso ajuda muito, porque aumenta pouquíssimo o valor da prestação nas nossas simulações, entre R$ 20, R$ 40, R$ 50, e evita que a pessoa tenha que pegar empréstimo de 20% ao mês para se normalizar;, completou Guimarães.
A Caixa tem dois terços do crédito imobiliário do país. Para o presidente da instituição financeira, a medida é fundamental para ajudar as pessoas a manterem ;o bem material mais importante para a família;. O banco não vai dar desconto no valor da prestação, mas pode perdoar juros e mora em contratos específicos.
Depois da entrada, a mensalidade é recalculada pela Caixa. O prazo de pagamento, porém, não se altera. As novas condições também permitem a pessoa mudar a data do vencimento da prestação. Ainda é possível utilizar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em caso de três meses de atraso.
Redução
Outra medida é o anúncio de redução de até 1,25 ponto percentual nos juros para quem quer comprar imóveis, sejam novos, usados, sejam de aquisição e construção de terreno próprio, reforma e ampliação. A partir de 10 de junho, as taxas do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) terão a mesma variação. A principal diferença entre os dois sistemas é que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) só pode ser usado na operação no SFH. As alterações não valem para o Minha Casa Minha Vida.
Os juros mínimos nas duas modalidades serão de 8,5% ao ano, enquanto os máximos passarão a ser de 9,75% anuais (veja quadro). Todas as operações ainda têm a incidência da taxa referencial (TR). De acordo com a Caixa, a medida é fundamental para ampliar a oferta de crédito e dar acesso à casa própria, pois reduz a mensalidade dos financiamentos.
Outra novidade é a inclusão da Tabela Price na oferta. Na prática, o valor da parcela é constante durante todo o período do financiamento, enquanto que no sistema SAC (único ofertado até hoje pela Caixa), as parcelas começam mais caras.
Renegociação
Total de recursos em financiamento imobiliário: R$ 450 bilhões (2/3 do total do mercado).
Dívida dos clientes: R$ 10,1 bilhões.
Número de clientes: 600 mil famílias (2,3 milhões de pessoas).
Quanto a Caixa espera receber em 2019: entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão.