O Bradesco reduziu novamente a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 e é mais uma instituição a estimar que o PIB deve ficar abaixo de 1%. A estimativa caiu de 1,1% para 0,8%. Para 2020, a previsão foi mantida em 2,2%. O banco informou, em relatório, que a projeção para o PIB pode ser alterada em função de eventuais estímulos específicos ao consumo, como a liberação do FGTS e PIS/Pasep, além de surpresas com o próprio calendário de tramitação da reforma da Previdência.
"A confirmação de queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre e os recentes indicadores de atividade sugerem uma transição ainda moderada para o segundo trimestre", diz o banco, que cita também a queda da confiança de empresários e consumidores em maio a uma deterioração do crescimento global.
Essa evolução mais contida da atividade deve deter pressões inflacionárias por um período mais prolongado, diz o banco. Para os núcleos no IPCA, o Bradesco projeta alta de 3,0% em 2019 e 3,3% em 2020. Além disso, a instituição também passou a projetar bandeira verde no fim do ano, o que dá impacto de baixa de 0,10 ponto porcentual sobre o IPCA.
O banco ainda avalia que as menores cotações de câmbio e de petróleo removem uma pressão altista que se observava nos últimos meses. "Por fim, vale destacar que nossas projeções incorporam uma expectativa de impacto da febre suína de 0,42 ponto, na soma de 2019 e 2020.".
Esse novo cenário reforça a aposta do banco em corte da Selic neste ano. O Bradesco estima que a Selic vai terminar 2019 em 5,75%, de 6,5% atualmente. Segundo a instituição, essa projeção deve ajudar a produzir uma aceleração de PIB e de inflação em 2019 e 2020.
"Um exercício interessante seria, por exemplo, simular um cenário em que a redução de juros não ocorre: nesse caso, teríamos um PIB mais fraco, e uma inflação menor", afirma. Conforme exercício do Bradesco, em um cenário que não há corte de juros, a inflação encerraria 2020 em 3,5%, abaixo do centro da meta de 4,0%.
Boletim Focus do Banco Central desta semana reduziu pela 14.; vez consecutiva a previsão de alta do PIB, que passou de 1,23% para 1,13%.