postado em 10/06/2019 04:04
; MARINA TORRES*A inovação nas empresas tem sido cada vez mais um pré-requisito para sobreviver ao mercado. É o que diz pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para pelo menos 44% dos executivos entrevistados, as atividades de inovação respondem por mais de 20% do faturamento de suas companhias.
Tão importante, que 66% dos empresários pretendem aumentar os investimentos nessa área nos próximos cinco anos. O percentual aumentou em relação à pesquisa feita em 2015, quando 57% dos entrevistados responderam positivamente. Rosângela Gravia, diretora de uma indústria de perfilados de aço, explica que a implantação de uma técnica de inovação na linha de produção dá resultados positivos para a empresa. ;Temos comprovados nos índices de satisfação do cliente final uma baixa de absenteísmo de 0,5% e a melhoria da produtividade,; diz.
De acordo com o estudo da CNI, o índice de inovação é baixo na indústria. Apenas 6% apresentam um alto grau de inovação, apesar de ter crescido três pontos percentuais em comparação com a pesquisa de 2015. Os empresários reclamam que há dificuldades para otimizar os empreendimentos.
Para inovar, segundo o estudo, é necessário desembolsar altas somas, além de haver falta de financiamento para implementar essas atividades. A ausência de investimentos governamentais também é citada como uma barreira. ;É preciso melhorar esses ambientes e os instrumentos de inovação. Precisamos de políticas públicas de longo prazo para apoiar as empresas a inovarem mais. Isso se dá pela melhora da qualidade do ensino e do preparo dos trabalhadores para o impacto da 4; revolução industrial;, ressalta a especialista em inovação da CNI, Gianna Sagazio.
Para 25% dos executivos, o governo precisa ir em direção à ampliação e ao barateamento do financiamento à pesquisa e desenvolvimento. Outros 21% afirmam que a desburocratização de processos é algo prioritário. Olhando para a própria iniciativa privada, os empresários reconhecem a necessidade de ampliar os investimentos em pesquisa (19%) e se aproximar mais de universidades e centros de pesquisa (14%).
Essa falta de investimentos no Brasil faz com que os executivos procurem outros países para investir na empresa. Assim como em 2015, os Estados Unidos são o país de referência quando o assunto é inovação, sendo apontado por 78% dos entrevistados. A Alemanha continua em segundo lugar, reconhecida por 35%. Israel, China e Japão fecham a lista dos cinco países com melhores ecossistemas de inovação.
A professora do departamento de Administração da UnB Josivânia Farias explica que essa procura por outros países é uma tendência que vem ocorrendo nos últimos anos. ;Estamos presenciando um desprestígio no país. As indústrias de conhecimento de ponta, como a química farmacêutica e as automobilísticas, estão saindo por estarem desestimuladas. Precisa-se investir em conhecimento e em educação para a qualificação dos profissionais,; defende.
*Estagiária sob supervisão de Hamilton Ferrari