Jornal Correio Braziliense

Economia

Comércio mais fraco


As vendas do comércio varejista em abril caíram 0,6%, em comparação a março ; o pior resultado para o mês desde 2015. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para André Perfeito, economista da Necton, a queda reflete a demanda fraca e confirma a desaceleração da economia. ;Isso mostra que entramos com o pé esquerdo no segundo trimestre do ano;, disse. De acordo com o economista, como consequência, os resultados podem pressionar o Banco Central a cortar juros.

Os resultados de abril mostram que a queda do setor foi puxada pelos hipermercados, que tiveram queda de 1,8% e pelo vestuário, que caiu 5,5%. De acordo com Isabella Nunes, gerente da pesquisa, o comércio tem se limitado ao consumo de bens básicos, porque as famílias estão cada vez mais cautelosas com gastos.

Segundo a pesquisadora, os hipermercados têm influência inflacionária, o que faz as pessoas consumirem produtos mais baratos. ;As pessoas não estão deixando de comer, mas fazem substituição por produtos mais em conta, o que diminui a receita dos supermercados;, explicou.

O professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília Victor Gomes explicou que o varejo significa mais de 60% do PIB brasileiro e que o resultado sinaliza um crescimento fraco do indicador. Para ele, há expectativa de melhora a partir da aprovação de reformas econômicas.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira