postado em 15/06/2019 04:21
Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro da Economia, Paulo Guedes, está ;gerando uma crise desnecessária; ao criticar as mudanças feitas pelos deputados na reforma da Previdência. Em resposta aos comentários negativos do chefe da equipe econômica, que ficou insatisfeito com o resultado das negociações no Congresso, Maia disse que o governo é uma ;usina de crises permanente; e lamentou que, desta vez, o protagonista tenha sido o ;amigo Paulo Guedes;.
Depois de o ministro ter dito que o parecer elaborado pelo relator do projeto na Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), ;pode abortar a Nova Previdência;, Maia afirmou que ;o Parlamento está ;blindado; dos ataques e continuará a tramitação do texto. ;Se o ministro tem uma visão possivelmente distorcida do que é o diálogo e do que é a democracia, esse é um problema do ministro;, afirmou ontem o presidente da Câmara, após participar de um seminário sobre o cenário político-econômico do país, em São Paulo.
O descontentamento de Guedes se deve, principalmente, à retirada da capitalização do texto e às regras propostas para servidores públicos ; resultantes, segundo ele, de ;pressões corporativas; e do ;lobby de servidores do Legislativo;. As ;agressões feitas ao Parlamento;, como definiu Maia, ofenderam vários deputados envolvidos com a reforma, que costumam defender o ministro de ataques da oposição.
Articulação
Na opinião de Maia, o ministro ;não está sendo justo; com o Parlamento, que ;está conduzindo sozinho a articulação para aprovação da reforma da Previdência;. ;Se nós dependêssemos da articulação do governo, teríamos 50 votos, não a possibilidade de ter 350, como nós temos hoje;, afirmou.
Não é a primeira vez que o deputado lembra que o mérito pelo avanço da reforma é do Congresso. Na última quarta-feira, durante entrevista para apresentação de uma prévia do parecer, ele fez questão de frisar que ;quem está dando a solução, quem está garantindo a maioria de três quintos para votar a reforma da Previdência são deputados e deputadas;. Na ocasião, ele disse que articula um acordo para votar a matéria antes do recesso parlamentar.
Apesar de ter reforçado o protagonismo dos parlamentares, Maia também elogiou Guedes, ;um dos poucos ministros do governo que dialogam com o Parlamento;. Por isso, ontem, disse que não ;daria bola; à agressões. ;A vida inteira, o ministro da Economia foi o bombeiro das crises;, lembrou Maia. Para ele, ;se o governo não entende que existem pobres no Brasil que precisam ser cuidados pelo Parlamento e pelo governo, isso é um problema dele;.