Economia

BB: situação tranquila

postado em 20/06/2019 04:16

O presidente do Banco do Brasil (BB), Rubem Novaes, disse que a recuperação judicial da construtora Odebrecht tem uma situação extremamente tranquila para a instituição financeira, que é uma dos credores da companhia. A empresa entrou com o pedido na Justiça na última segunda, após graves problemas financeiros, potencializados pela Lava-Jato.

Novaes ressaltou que há R$ 2 bilhões em provisões. ;Qualquer haircut (abatimento do imposto cobrado quando a empresa negocia uma redução da dívida) inferior a 50% o banco estaria até na posição de aumentar o lucro;, destacou. ;A exigência de provisão é de 30%. E nós temos provisão de 50%. A situação está extremamente tranquila;, completou.

O presidente do BB explicou ainda que a instituição financeira nunca vai perder tudo. ;Provavelmente, perde um percentual daquilo que está em jogo;, disse. ;Tem uma composição das empresas com os credores, sob orientação de um juiz, que vê o que precisa reduzir para permitir que a empresa continue;, acrescentou.

Ele lembrou ainda que, no caso da recuperação judicial da companhia de telefonia Oi, o Banco do Brasil teve um aumento de rentabilidade após a operação. ;Isso porque nós estávamos mais provisionados do que era necessário. E a expectativa é de que, em relação à Odebrecht, venha a ocorrer o mesmo;, enfatizou.

Devolução


O Banco do Brasil precisa devolver cerca de R$ 8 bilhões ao Tesouro Nacional. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo pretende ;despedalar; e recuperar os recursos que foram aplicados em estatais.

Para Novaes, o BB tem uma situação diferente das outras estatais. ;Primeiro, porque nós temos acionistas minoritários. O mais importante é que os recursos que entraram no banco eram vinculados a empréstimos rurais. Eu só posso devolver à medida que esses empréstimos forem vencendo, porque estão presos a essas operações. Tem uma cronologia que precisa ser respeitada.; (HF)


  • Acordo fechado com o Peru

    A Odebrecht informou que a Justiça peruana homologou ontem o acordo definitivo com a empresa que estabelece as bases para continuidade da cooperação com aquele país. O Peru é a oitava nação com o qual a Odebrecht chega a um acordo, depois do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Panamá, Equador e Guatemala. Em nota, a companhia afirma que segue buscando entendimentos dessa mesma natureza com outros países onde está presente. Na lista de credores apresentada à Justiça na segunda-feira em seu pedido de recuperação judicial, constam US$ 124 milhões do acordo de leniência com a República Dominicana e R$ 3,56 bilhões de acordo firmado com as autoridades brasileiras.

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