Economia

Leilão de ativos da Avianca ameaçado

postado em 20/06/2019 04:17
Avianca deixou de operar os slots que foram retomados pela Agência Nacional de Aviação Civil

O aumento explosivo dos preços das passagens aéreas com a saída da Avianca do mercado pode prejudicar o leilão de ativos da companhia, previsto para 10 de julho. É que a aérea, em recuperação judicial desde dezembro de 2018, pretendia vender seis unidades produtivas isoladas (UPIs), com slots (autorizações de pouso e decolagem) nos aeroportos de Congonhas (SP), Guarulhos (SP) e Santos Dumont (RJ), e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já cancelou os slots da empresa.

A diretoria da Anac deve informar ao juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1; Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo, que aprovou o edital do leilão, que a Avianca perdeu os slots, porque foi deixando de operar as rotas à medida que perdia aeronaves. Logo não existe essa autorização de pouso e decolagem para ser vendida. Segundo a Anac, mesmo em nome da empresa, não há direito sobre os slots que perderam a regularidade. Procurada, a Avianca não respondeu até o fechamento desta matéria.

Preços

Desde o início das dificuldades da aérea, que culminou com o pedido de recuperação judicial, as passagens aumentaram cerca de 30%. No auge da crise, em abril deste ano, a Avianca elevou os preços em 39,9% ante os valores do mesmo período de 2018. Na Gol, a alta foi de 38,2% e na Latam, de 41,4%. Levantamento da Anac mostra que, no período, o querosene de aviação subiu 18%, e o dólar 14%. Esses são os fatores que mais pesam no custos das passagens aéreas.

No caso da Avianca, as rotas de maior atividade foram as que mais encareceram. O valor das passagens da ponte aérea Rio-São Paulo subiu 72%. O trecho entre Rio e Salvador teve alta de 84,9% e o Rio-Brasília, 44,5% com a saída do Santos Dumont, e 141,5% quando a partida é do Galeão. E entre Guarulhos e Salvador, alta de 105,6%.

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