Agência Estado
postado em 21/06/2019 18:19
O Ibovespa operou toda a sexta-feira, 21, em alta firme e bateu novo recorde histórico, acima dos 102 mil pontos, mesmo em um pregão pós-feriado, fraco de notícias locais. Na semana, o principal índice de ações brasileiro acumulou ganho de 4,05%, a maior alta a última semana de dezembro de 2018.
Operadores destacam que o otimismo dos investidores, mesmo depois de o Ibovespa ter rompido a barreira dos 100 mil pontos na quarta-feira, foi embalado nesta sexta-feira por um ajuste das ações, após a B3 não operar na quinta-feira e o S 500 bater recorde, além da crescente possibilidade de corte de juros em breve nos Estados Unidos e do aumento da chance de votação da reforma da Previdência antes do recesso parlamentar.
A expectativa dos agentes agora é para o encontro na semana que vem no Japão, durante a reunião do G-20, entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da China, Xi Jinping. O tema principal é discutir a situação comercial das duas maiores economias do mundo.
"A reunião pode moderar as tensões comerciais, mas o timing de um acordo final vai permanecer altamente incerto", ressaltam os estrategistas em Nova York do Citibank.
As bolsas americanas estão muito sensíveis ao tema e nesta sexta pela manhã, após relatos de progresso nas negociações de Pequim e Washington, os índices em Nova York zeraram as perdas e passaram a subir, mas perderam fôlego e fecharam em leve baixa.
Para o analista da Terra Investimentos Régis Chinchila, a sinalização de que os bancos centrais nos EUA e em outras partes do mundo desenvolvido podem reduzir juros é positiva para o Brasil, pois o país pode atrair mais capital externo. Internamente, destaca ele, o mercado passou a ficar mais otimista com a tramitação da reforma da Previdência e a chance de votação na Câmara em julho.
"O Ibovespa está embutindo a aprovação da Previdência e o fluxo novo de capital para emergentes", disse ele. Pela análise gráfica, o Ibovespa pode testar os 107 mil pontos e os 115 mil com a aprovação da reforma.
Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), está a caminho um acordo entre o Planalto e a Câmara para votar o texto antes do recesso.
Neste sentido, um gestor de renda variável destaca que o Banco Central, ao deixar claro na quarta-feira no comunicado da reunião de política monetária que o corte de juros só virá com aprovação da reforma da Previdência, oferece uma pressão a mais para os deputados votarem logo o texto.
O Ibovespa fechou em alta de 1,70%, aos 102.012,64 pontos. Na B3, o volume de negócios desta sexta foi de R$ 18,6 bilhões, considerado bom para um pregão entre um feriado e um fim de semana, normalmente marcado por fraca liquidez.