Economia

Juros: sinal de queda

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 26/06/2019 04:15

O Comitê de Política Monetária (Copom) admitiu que a economia poderá ter um desempenho perto da estabilidade no segundo trimestre de 2019. Em ata divulgada ontem, os diretores do Banco Central (BC) comunicaram que a interrupção da recuperação econômica é resultado da falta de dinamismo do consumo e investimentos. Por isso, a autoridade monetária sinalizou que poderá cortar os juros brevemente.

Na última semana, o BC decidiu manter a taxa básica em 6,5% ao ano pela 10; vez consecutiva. Os juros estão no mesmo patamar desde março de 2018. Segundo analistas, na próxima reunião do Copom, que ocorrerá no fim de julho, a autoridade monetária pode reduzir o índice em até 0,5 ponto percentual se a reforma da Previdência for aprovada na Câmara dos Deputados.

Na ata, o BC reafirmou que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é ;essencial; e ;preponderante; para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia. ;Em particular, o comitê julga que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva;, destacou.

Desaceleração


As projeções para a atividade econômica de 2019 caíram por 17 semanas consecutivas. Os analistas do mercado acreditam que a economia só crescerá 0,87% neste ano. Ou seja, haverá uma desaceleração em relação a 2018, quando expandiu 1,1%. Mesmo assim, o BC acredita que a recuperação deve retomar fôlego de maneira gradual adiante. Mas o Copom destacou que uma aceleração do ritmo de retomada dependerá das reformas, além de outras iniciativas para aumento de produtividade, ganhos de eficiência, maior flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de negócios.

A taxa Selic é o maior instrumento para manter a inflação sob controle. Como o índice de preços está abaixo do esperado, o mercado vê espaço para o corte de juros. O BC avalia que o balanço de riscos evoluiu de maneira favorável. ;No cenário com taxa Selic constante em 6,5% ao ano e taxa de câmbio constante a R$ 3,85, as projeções condicionais para a inflação situam-se em torno de 3,6% para 2019 e 3,7% para 2020;, informou a ata.

O mercado prevê que a Selic terminará o ano em 5,75% ao ano. A ata vê que o cenário internacional está mais favorável, mas ressalta que ainda há riscos. ;Bancos centrais das principais economias sinalizaram disposição para provisão de estímulos monetários adicionais em caso de necessidade, o que contribuiu para afrouxamento das condições financeiras globais;, diz o documento.

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