Agência Estado
postado em 26/06/2019 15:52
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse nesta quarta-feira, 26, que o governo espera um rombo na Previdência de R$ 314,9 bilhões neste ano, ou 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em 12 meses até maio, o déficit global da Previdência, considerando os regimes público e privado, chegou a R$ 296,7 bilhões. "Trata-se de um déficit global expressivo", avaliou.
Por outro lado, a despesa discricionária projetada para este ano está em R$ 98 bilhões, a menor da série histórica. "Alguns órgãos públicos terão dificuldade de pagar as despesas projetadas para o ano. Se isso não for muito bem administrado, o cenário deste ano pode inclusive atrapalhar a estatística de restos a pagar a serem inscritos para 2020", admitiu Mansueto.
Caixa
Mansueto disse que a Caixa deve devolver R$ 20 bilhões em Instrumento Híbrido de Capital de Dívida (IHCD) à União até o fim deste ano, além de R$ 56 bilhões já programados de pagamentos pelo BNDES até o fim de 2019 - do quais R$ 30 bilhões já foram depositados pelo banco de fomento.
"Esses recursos devem ser usados obrigatoriamente para a redução da dívida bruta. E ainda haverá um pagamento adicional pelo BNDES a ser definido junto à nova presidência do banco", acrescentou Mansueto. "Essas novidades não estavam no radar e facilitarão cumprimento da regra de ouro", completou.
O secretário adjunto do Tesouro, Otávio Ladeira, acrescentou que, apesar da margem de R$ 1,8 bilhão para o cumprimento da regra de ouro neste ano, o órgão ainda prevê uma insuficiência de R$ 93,7 bilhões para 2020.
No começo de junho, o Congresso Nacional aprovou, com apoio unânime de deputados e senadores, uma autorização especial para que o governo possa pagar R$ 248,9 bilhões em benefícios sociais com dinheiro obtido com empréstimos. O crédito suplementar era a principal medida proposta pelo governo para garantir o cumprimento da regra de ouro neste ano.