Economia

Jovens são os mais afetados

postado em 01/07/2019 04:13
Com o mercado de trabalho reagindo aquém do desejado, a desocupação atrapalha não só o desenvolvimento econômico. Segundo Jusçanio Umbelino, da Codeplan, o alto desemprego contribui diretamente para a evolução dos marcadores de violência. ;Certamente, tem correlação. A crise foi muito rápida e impactou especialmente a população mais jovem da sociedade. A consequência da inatividade é que muitos se desvirtuam para outros caminhos e encontram na criminalidade uma série de atrativos que possam suprir as suas necessidades;, explica.

Apesar de ainda faltar praticamente um ano e meio para o fim desta década, Brasília viu as estatísticas criminais sofrerem alta de 7,2% em comparação aos primeiros 10 anos do século. Entre 2001 e 2010, foram registrados 398.986 crimes contra o patrimônio (furto em veículo, roubo de veículo, roubo a transeunte, roubo em coletivo, roubo em comércio) e contra a vida (homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte). De 2011 até hoje, o número já alcança a marca de 427.895.

;Você não pode perder a atenção em momento algum. Fica até complicado sair de casa. Em qualquer lugar que vamos, estamos em risco;, conta o comerciante Carlos Antônio de Oliveira, 55. Quase sempre que está na loja de temperos naturais que abriu há 15 anos, o morador da Cidade Estrutural presencia cenas de violência. ;É complicado. Toda vez estamos diante de algum assalto. Quando a minha mulher vai abrir a loja de manhã, peço que ela tenha muito cuidado. Não podemos dar bobeira;, conta.

Ineficiência

Apesar de toda a cautela, Carlos Antônio não conseguiu se safar da onda de criminalidade do Distrito Federal. O pequeno comércio da família já foi alvo de roubos em mais de uma ocasião. O pior de tudo, diz o comerciante, é ver um serviço de segurança pública ineficiente. ;Todo mundo aqui reclama, sabe? Ligamos para a polícia, mas tem vezes que o nosso chamado não adianta em nada. Nos respondem que não há viaturas suficientes e fica por isso mesmo. Como podemos viver em uma realidade como essa?;, desabafa.


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