postado em 02/07/2019 04:21
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), disse que o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), firmado na última semana, durante a reunião do G 20, no Japão, deverá ser ratificado pelo Congresso Nacional antes dos três anos previstos pelo presidente Jair Bolsonaro. O senador anunciou que, na segunda quinzena de julho, em Montevidéu, no Uruguai, apresentará a proposta brasileira de ratificação do acordo durante a reunião do Parlasul ; o Parlamento que reúne congressistas de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, países do Mercosul.
Após a assinatura do acordo em Osaka, o documento, para entrar em vigor, deverá antes ser ratificado pelo Parlasul e pelo Parlamento Europeu e também pelos legislativos dos países dos dois blocos econômicos. ;Estou muito otimista, na certeza de que a gente precisava dar esse passo para tirar nossa economia desse estágio morto que ela anda já há algum tempo, e agora a bola está conosco no sentido de dar celeridade à aprovação para que esse acordo possa ser efetivado e colocado em prática;, disse, em entrevista à Rádio Senado. Ele acrescentou que levará ;com muito entusiasmo essa proposta para poder conscientizar os outros parlamentares dos países do Mercosul;.
;Vamos tentar superar essa previsão e fazer essa aprovação antes desse prazo de três anos, mas o importante é que todo mundo teve um papel preponderante para a efetivação desse acordo celebrado durante a reunião do G 20, no Japão. Desde aquele que realizou lá em 1999 até os outros que, ano a ano, colocaram um tijolinho a mais nessa construção;, afirmou.
O parlamentar frisou que o Congresso Nacional saberá reconhecer o esforço empenhado pelo Estado brasileiro ao longo dos 20 anos de negociações sobre o acordo. Segundo ele, o Congresso tem boa vontade em relação a essa pauta e não colocará obstáculos a encaminhamento que ;possa vir a desenvolver o nosso país, gerar emprego, gerar renda e desenvolvimento, porque é disso que o Brasil está precisando;.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado disse, também, acreditar que as polêmicas em torno da postura do governo em relação à questão ambiental não representam uma ameaça à entrada em vigor do acordo no Brasil. ;Eu penso que essa é uma questão que envolve a humanidade. Apesar de o governo ter uma posição mais liberal nessa questão ambiental, fugindo até das teorias e das regras nessa questão do aquecimento global, indo ao encontro do que pensa o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, eu entendo que o nosso país tem uma vocação de preservar o meio ambiente. Eu posso garantir que, apesar da convicção um pouquinho diferente que o governo tem, isso não será um obstáculo para o encaminhamento dessa grande cortina que abre para a evolução econômica que o Brasil vai ter;.