Economia

BC age na direção de elevar concorrência no mercado financeiro, diz Fernanda

Agência Estado
postado em 02/07/2019 13:44
A economista Fernanda Feitosa Nechio, indicada para a diretoria de Assuntos Internacionais do Banco Central, afirmou que a instituição "tem agido na direção de elevar a concorrência no mercado financeiro". Segundo ela, há diversos estudos que mostram que a concorrência afeta o spread bancário. "As fintechs tendem a ter especialização no crédito e têm potencial para dinamizar o mercado", citou Fernanda, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A economista também fez uma defesa das reformas microeconômicas e das reformas mais amplas, como a da Previdência, em tramitação no Congresso Nacional. Para ela, as reformas não vão promover uma "recuperação rápida" da economia brasileira, mas têm o potencial de alterar as expectativas, o que favorece os investimentos. "As reformas propostas e discutidas devem focar em melhoras na produtividade, no ambiente de negócios, e têm potencial de melhorar expectativas de crescimento", disse Fernanda. Mercosul-UE A economista indicada para a diretoria do BC também comentou, durante a audiência na CAE, o acordo fechado entre o Mercosul e a União Europeia. Para Fernanda, o acordo é positivo e traz oportunidades para novos investimentos. Compulsórios A economista também disse que o BC está "em tendência de diminuir o nível de compulsórios" no Brasil. No entanto, ela reforçou o discurso mais recente da instituição, de que não há prazos para isso nem nível determinado a ser atingido. "Os compulsórios foram muito importantes no Brasil durante a crise. Manter o nível adequado de compulsórios no sistema financeiro serve como segurança", avaliou Fernanda. Os compulsórios correspondem à parcela que os bancos precisam, obrigatoriamente, deixar depositada no BC, para controle de liquidez. Recentemente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou que o governo pretende liberar R$ 100 bilhões em compulsórios no futuro. No entanto, o BC, que é o responsável pela questão, pontuou que não há definição sobre isso, nem prazos estabelecidos. "A tendência é de redução de compulsórios, mas não há informação sobre objetivos e prazos", disse Fernanda nesta segunda. Questionada a respeito da possibilidade de uso de parte das reservas internacionais, hoje na casa dos US$ 388 bilhões, para estimular a economia, Fernanda defendeu que é arriscado fazer isso "de forma voluntarista". "Isso pode abrir precedentes. Elas (as reservas) são um colchão de segurança", avaliou. Decisões do Copom Durante a sabatina, Fernanda também esclareceu aos senadores que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em suas decisões sobre a Selic (a taxa básica de juros), leva em consideração não apenas a inflação cheia, mas também outras medidas de preços, "inclusive aquelas que excluem alimentos ou combustíveis". "No processo decisório do Copom, outras medidas de inflação também são consideradas", pontuou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação