Economia

''Acordo entre Mercosul e UE pode facilitar negócios'', diz Matheus Andrade

Pacto foi firmado na última sexta-feira (28/6), durante encontro do G-20

Marina Torres*
postado em 02/07/2019 17:31
Pacto foi firmado na última sexta-feira (28/6), durante encontro do G-20 O acordo fechado entre o Mercosul e a União Europeia nesta última sexta-feira (28/6) pode facilitar negócios entre os continentes nas áreas de serviços, energia, intercâmbio e a eliminação do roaming internacional. É o que explica o consultor internacional Matheus Andrade, convidado do dia no CB Poder, programa que é parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.

Andrade ressalta que o acordo tende a trazer vantagens para o país. ;É um acordo muito ambicioso. Noventa por cento de tudo que é comercializado entre o Mercosul e a União Europeia vai ter tarifa zero, ou seja, os produtos brasileiros vão entrar mais facilmente na UE, vão ter vantagens competitivas e vão estar em pé de igualdade com outros mercados. Isso deve aumentar a competitividade internamente, vai melhorar a competitividade da indústria internacional e o consumidor vai ter mais opções de produtos e provavelmente verá ao longo prazo uma redução no preço final,; explica.

De acordo com o consultor, os detalhes da negociação devem ser levados à público entre 4 a 6 meses neste ano, mas podem demorar a entrar em vigor. ;Vamos ter alguns grupos mais imediatos, mas são grupos muito pequenos. O grupo de redução tarifária vai se estender até 15 anos após a entrada em vigor do acordo. Os veículos, por exemplo, vai ser um dos últimos grupos a serem abertos, ou os vinhos, que é um mercado muito delicado no Brasil. O governo teve essa sensibilidade de proteger a indústria que tem tempo maior de adequação.;

O acordo com a União Europeia deve movimentar entre R$100 e R$125 milhões na economia do país, explica o consultor. ;Ainda é cedo para dizer isso, a gente sabe que os R$100 milhões é uma previsão realista do governo. Entre 100 a 125 milhões a gente acha que pode se expandir ainda mais. O próprio governo já tem uma missão de começar a mostrar para o empresário brasileiro o que é esse acordo e preparar a promoção comercial.;

Andrade avalia a negociação entre blocos como uma chance real de novos acordos com outros blocos e países. ;O acordo com o EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio) e com o Canadá são possíveis de serem concluídos até o fim do ano. E agora que a União Europeia vai ter preferência maior do nosso mercado consumidor, nosso passe valorizou. Depois vem a Coreia do Sul, que é uma negociação que já está em andamento mas que está em um estágio mais inicial e provavelmente ficaria para 2020. O Líbano é uma negociação pequena que ainda está dando os primeiros passos e Cingapura também está começando agora. Existe um burburinho de que o Japão colocou que de fato quer dar o pontapé nas negociações. Os principais nesse momento são EFTA, Canadá e Coreia do Sul.;

A possibilidade também já havia sido confirmada mais cedo pelo ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, em entrevista coletiva no Itamaraty. Na ocasião, o ministro afirmou: ;Pretendemos muito em breve fechar novos acordos. Cada acordo que a gente conclui é mais fácil concluir os próximos. Cada acordo que você faz, você se torna um parceiro mais interessante para aquele com quem você não tem acordo.;

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