Agência Estado
postado em 03/07/2019 18:10
O dólar teve novo dia volátil, mas na parte da tarde se firmou em queda. Com o mercado financeiro americano fechando mais cedo nesta quarta-feira, 3, por causa do feriado amanhã nos Estados Unidos do Dia da Independência, o noticiário envolvendo a votação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara ditou o ritmo das apostas dos investidores. A possibilidade de votação ainda hoje das medidas, o que aumenta as chances de o texto ir para aval dos deputados no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar, foi o que contribuiu para a queda. Mas até o fechamento do mercado de câmbio não se sabia se a votação vai ocorrer mesmo hoje. Mesmo assim, o real foi a moeda que mais ganhou força ante o dólar no mercado internacional. O dólar à vista fechou em queda de 0,76%, a R$ 3,8261.
Na máxima do dia, pela manhã, o dólar chegou a bater em R$ 3,87, quando não se sabia ainda se haveria sessão para votar o relatório. Os agentes esperavam que, por causa do feriado amanhã nos EUA, haveria maior cautela dos investidores e eles buscariam comprar dólares. Mas o movimento de vendas prevaleceu. Contribuiu positivamente a declaração do presidente da Comissão Especial, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), afirmando que vai respeitar o cronograma estabelecido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para a Previdência.
"A Previdência tem sido fator preponderante na precificação do câmbio nos últimos dias", ressalta o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. A sucessão de declarações nos últimos dois dias sobre a votação na comissão especial acabou trazendo preocupação aos investidores sobre o momento do texto ser votado no plenário da Câmara. Galhardo acredita que se ficar para agosto, ou seja, após o recesso parlamentar, o dólar pode ir a R$ 3,90, mas se for votado até o próximo dia 18, a moeda tende a ficar mais perto de R$ 3,80.
Apesar das recentes controvérsias em torno da Previdência em Brasília, os estrategistas do banco suíço UBS veem o real mais valorizado pela frente, por conta da perspectiva de avanço da reforma no Congresso. Para o prazo de três meses, eles veem a dólar em R$ 3,70, ante R$ 3,80 da estimativa anterior. Para 12 meses, a projeção caiu de R$ 3,70 para R$ 3,60. "O Congresso tem mostrado apoio à reforma", ressaltam em relatório nesta quarta-feira, mas alertam que por conta do tema controverso, os riscos são altos. "Enquanto contratempos e atrasos não podem ser descartados, nossa convicção sobre a aprovação final da Previdência antes do final do ano aumentou."