Economia

Antes e depois do real

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 06/07/2019 04:20

Pressa para gastar


O casal Cátia e Gabriel Sasse começou um empreendimento em 1992, ambos aos 32 anos. Eles queriam estabilidade financeira para se casar. Antes, vendiam camisetas na rua. ;Naquela época, o dinheiro não tinha valor, mas a mercadoria tinha. Entrando dinheiro no caixa, a gente tinha que, rapidamente, tomar decisões sobre o destino que daria, para ele não ficar parado;, lembra Gabriel. Com a transição para o Plano Real, o casal sobressaiu no ramo de produtos personalizados. Cátia conta sobre a influência da inflação e do real na administração do negócio hoje. ;Sempre pagávamos à vista, dando o passo que podíamos dar. Acho que isso ajudou a crescer;, diz.



Quartinho para compras


A inflação diária se concretizava na rotina da secretária Elizabeth Borges, 61 anos, por meio de uma despensa construída em seu apartamento especialmente para armazenar compras de supermercado. A mudança da moeda trouxe também novos horizontes profissionais. Ela foi transferida para Brasília. Vendeu o apartamento em São Paulo e conseguiu comprar uma casa no Lago Sul. ;Todas as minhas conquistas foram dentro do limite do que eu poderia gastar.; Hoje, ela utiliza da experiência do passado pré-real para controlar o consumo. ;Consumir é bom, mas não é a coisa mais importante. As coisas melhoraram muito com o real.;


Primeira viagem


Conhecer os Estados Unidos, em especial os parques da Flórida, é um sonho concretizável para muitas crianças e adolescentes hoje em dia. Porém, antes do real, isso só era possível, na maioria das vezes, para classes altas. Mas era um desejo dos irmãos Leonardo e Flávia Mello. Filhos de funcionários públicos, eles tinham boa qualidade de vida, mas fazer uma viagem era uma realidade distante. Com a paridade da moeda brasileira com o dólar, proporcionada pelo Plano Real, o cenário mudou. ;Eu tinha 17 anos, e Flávia, 19. Foi maravilhoso, e uma conquista grande;, se emociona Leonardo. Na época, um dólar custava menos de R$ 1, o que permitiu planejar a viagem e os gastos.;

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