Maria Eduarda Cardim
postado em 11/07/2019 06:00
Um decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) de segunda-feira estabeleceu novas regras para a fabricação das cervejas. A principal mudança é a permissão da adição de ingredientes ;de origem animal, de coadjuvante de tecnologia e de aditivo; na bebida alcoólica. Para isso, os fabricantes terão apenas que especificar os ingredientes no rótulo do produto. Anteriormente, a regulamentação não previa o uso de matérias-primas de origem animal, como mel ou leite. Rótulos que traziam estes itens eram chamados de ;bebida alcoólica mista;.O documento também flexibilizou a utilização dos ;adjuntos cervejeiros; na fabricação da bebida, como o milho e o arroz, usados como substitutos da cevada por serem mais baratos. Na regulamentação de 2009, foi estabelecido o limite de 45% para os cereais adjuntos da cevada. No entanto, o Ministério da Agricultura publicou, em nota, que o limite continua sendo 45%, já que a Instrução Normativa n;54/2001, norma que também define o padrão da bebida no Brasil, continua em vigor.
;Não há qualquer mudança em relação aos chamados adjuntos cervejeiros, que são as matérias-primas que substituem parcialmente o malte ou extrato de malte na elaboração da bebida. O seu emprego não poderá, em seu conjunto, ser superior a 45% em relação ao extrato primitivo. Este limite é definido pelo item 2.1.5. da Instrução Normativa n;54/2001, que continua em vigor;, diz a nota.
Para os amantes e produtores de cerveja, a nova redação do decreto, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, permite mais liberdade na fabricação da bebida alcoólica. Tiago Pezão, sócio da Cervejaria Criolina, explica que o decreto segue a tendência já vista em alguns países, como os Estados Unidos, mas vai contra o padrão adotado pela Bélgica e Alemanha, nações mais tradicionalistas em relação à cerveja.
Para ele, o decreto permite a fabricação de cervejas mais econômicas por grandes fábricas, enquanto os pequenos produtores ganham mais liberdade criativa. ;Agora, os pequenos produtores terão mais liberdade criativa para fazerem bebidas mistas, que serão consideradas cervejas. Já era possível ter criatividade, mas agora ficou ainda mais livre;, analisa.